![CHINA-MARINHA-AUSTRALIA-2025-02-11 A fragata Hengyang, da classe Jiangkai da Marinha do Exército de Libertação Popular da China, navega pelo Estreito de Torres, na costa da Austrália, em 11 de fevereiro de 2025 [Força de Defesa Australiana via AP]. Fonte: Al Jazeera](https://ejbbd5or267.exactdn.com/wp-content/uploads/2025/02/AP25051128871251-1740026132-1.webp?strip=all&lossy=1&resize=678%2C381&ssl=1)
Na última semana, autoridades australianas e neozelandesas têm acompanhado de perto a presença atípica de três navios de guerra chineses em águas internacionais próximas à costa leste da Austrália. Entre as embarcações, encontram-se uma fragata, um cruzador e um navio-tanque de suprimentos, que agora seguem um trajeto ao longo da costa, estando a cerca de 278 km a leste de Sydney.
Vigilância e Declarações Oficiais
O ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, ressaltou em entrevista televisiva que o país mantém um monitoramento rigoroso da situação.
“Estamos observando cada movimento desses navios e garantiremos que nossa vigilância seja constante”, afirmou Marles, acrescentando que, embora a presença das embarcações não seja inédita, o fato é considerado incomum. Ele destacou ainda que, por estarem operando em águas internacionais, os navios têm o direito de navegar, mas a prudência em sua observação é essencial para a segurança nacional.
Do lado da Nova Zelândia, a ministra da Defesa, Judith Collins, informou à Radio New Zealand que as forças de defesa neozelandesas também acompanham a movimentação do grupo chinês.
“Não fomos informados pelo governo chinês sobre os motivos ou os planos futuros dessa tarefa, mas continuaremos monitorando essas embarcações”, declarou Collins.
Contexto Regional e Tensões Diplomáticas
A aparição desses navios ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre a Austrália e a China. Recentemente, os dois países trocaram críticas após um incidente envolvendo um caça chinês e uma aeronave militar australiana no Mar do Sul da China. O governo australiano condenou a conduta “insegura” do jato chinês, que teria liberado flares próximos a um avião da Força Aérea australiana, enquanto Pequim acusou o avião de infringir a soberania chinesa e colocar em risco a segurança nacional.
Esse episódio é apenas o mais recente de uma série de confrontos que vêm ocorrendo na região. Em 2024, um jato chinês foi acusado de interceptar um helicóptero Seahawk australiano em espaço aéreo internacional, enquanto, em 2023, um destróier chinês foi acusado de bombardeá-lo com pulsos de sonar, causando ferimentos leves a mergulhadores da Marinha australiana em águas próximas ao Japão.
Implicações para a Segurança na Região
A movimentação dos navios chineses e os recentes incidentes no espaço aéreo e marítimo reforçam a necessidade de vigilância constante em uma região já marcada por disputas e rivalidades. Embora os oficiais australianos e neozelandeses tenham afirmado que as embarcações não representam uma ameaça imediata e que estão operando dentro da legalidade internacional, a ausência de informações claras por parte de Pequim sobre os objetivos dessa missão intensifica as preocupações.
Enquanto a Austrália e a Nova Zelândia continuam a acompanhar esses desdobramentos, a comunidade internacional observa atentamente, ciente de que tais movimentações podem sinalizar uma nova fase de assertividade chinesa na região do Indo-Pacífico, exigindo uma resposta coordenada dos países aliados para manter a estabilidade e a segurança regional.
Em meio a esse cenário, o monitoramento rigoroso e a transparência nas informações serão cruciais para evitar mal-entendidos e garantir que o equilíbrio de poder na região não seja comprometido.
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