Yoon Destituído da Presidência da Coreia do Sul: Crise Política, Linha do Tempo e Perspectivas Geopolíticas

Manifestantes posicionam-se diante de um banner com a foto de Yoon Suk Yeol enquanto aguardam a decisão do Tribunal Constitucional sobre o impeachment do presidente, perto de sua residência em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Soo-hyeon.
Manifestantes posicionam-se diante de um banner com a foto de Yoon Suk Yeol enquanto aguardam a decisão do Tribunal Constitucional sobre o impeachment do presidente, perto de sua residência em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Soo-hyeon.

Na Coreia do Sul, um marco sem precedentes abalou o cenário político na sexta-feira. O presidente Yoon Suk Yeol foi destituído pelo Tribunal Constitucional após o impeachment decorrente de sua declaração de lei marcial – medida que desencadeou a pior crise política em décadas. Com a decisão, abre-se um prazo constitucional de 60 dias para a realização de novas eleições, enquanto o primeiro-ministro Han Duck-soo assume como presidente interino.

Contexto e Motivações da Crise

A destituição de Yoon está diretamente ligada à sua decisão de impor a lei marcial em 3 de dezembro, ato considerado além dos limites constitucionais e que gerou um caos em diversos setores – da política à economia e à política externa. Segundo o Tribunal Constitucional, o presidente violou seu dever de proteger a independência dos três poderes, utilizando as forças armadas para obstruir as funções do parlamento. Em declarações contundentes, o atuante chefe de justiça Moon Hyung-bae afirmou que a medida foi “uma séria afronta à democracia” e caracterizou o ato como uma traição à confiança do povo.

De acordo com analistas consultados por veículos internacionais, essa decisão elimina uma fonte significativa de incerteza, mas abre espaço para uma corrida eleitoral intensa, marcada por desafios como as ameaças militares da Coreia do Norte, a pressão diplomática da China e tensões comerciais com os Estados Unidos.

Repercussões Imediatas e Impactos na Sociedade

Reações Populares e o Clamor por Justiça

  • Manifestação de Apoio: Milhares de coreanos foram às ruas celebrando a decisão, entoando “Vencemos!” e expressando alívio com o fim de um período turbulento.
  • Diferentes Emoções: Enquanto apoiadores vibravam com a notícia, simpatizantes de Yoon reagiram com silêncio e tristeza, e um protesto isolado resultou na prisão de um manifestante após vandalismo.

Consequências no Mercado Financeiro

A decisão impactou diretamente o mercado financeiro:

  • O won sul-coreano valorizou-se em até 1,6%, alcançando uma alta de cinco semanas.
  • O índice KOSPI teve uma queda de 0,9% após um breve avanço, refletindo a incerteza dos investidores.

Linha do Tempo da Crise

  • 3 de dezembro: Yoon declara lei marcial para conter o que chamou de “elementos anti-estatais”.
  • Após o decreto: Confrontos no parlamento, com funcionários usando barricadas e extintores para impedir a entrada de tropas.
  • Impeachment: O parlamento vota contra a permanência de Yoon, desencadeando o processo de impeachment.
  • 15 de janeiro: Yoon é preso, tornando-se o primeiro presidente em exercício a ser detido na história recente.
  • Março: A prisão de Yoon é cancelada por decisão judicial, mas o processo segue em paralelo.
  • Na sexta-feira: O Tribunal Constitucional destitui Yoon, abrindo o prazo para novas eleições dentro de 60 dias.

Reações e Análises de Especialistas

“Esse evento pode redefinir o equilíbrio democrático na Coreia do Sul e, por extensão, alterar a dinâmica política no Leste Asiático,” afirmou um analista da Reuters.
“A decisão do Tribunal Constitucional elimina uma grande fonte de incerteza e coloca o país em uma trajetória de renovação política – um passo necessário para restaurar a confiança institucional,” comentou um representante da Human Rights Watch.

Essas declarações reforçam o entendimento de que o cenário pós-Yoon exigirá não apenas uma reestruturação interna, mas também um reposicionamento frente aos desafios externos.

Cenário Geopolítico Pós-Yoon

A destituição de Yoon não afeta apenas o equilíbrio interno da Coreia do Sul, mas também tem implicações no cenário internacional:

  • Relações com os EUA: A tensão envolvendo tarifas e disputas comerciais permanece no radar, especialmente considerando a relação com o governo de Donald Trump.
  • Pressão da China e Japão: A saída de Yoon pode levar a uma reavaliação das políticas bilaterais, principalmente diante das crescentes demandas de segurança e comércio na região.
  • Segurança Regional: Com a Coreia do Norte sempre presente como uma ameaça, o novo governo precisará ajustar sua postura militar e diplomática para garantir a estabilidade na península.

Mini-Bio dos Possíveis Candidatos à Presidência

CandidatoPartidoDescrição
Lee Jae-myungPartido DemocrataLíder populista que disputou a presidência em 2022 por margem estreita; enfrenta desafios legais.
Candidatos ConservadoresVáriosUm campo aberto com diversas figuras políticas disputando a nomeação; perfil variado com propostas diferenciadas.

Esses nomes já se destacam no cenário político, e a disputa promete redefinir as diretrizes do país nos próximos meses.

Dados Econômicos e Fontes Externas

  • Crescimento Econômico: Segundo dados do Banco da Coreia, a economia sul-coreana, a quarta maior da Ásia, vem enfrentando um ritmo de crescimento desacelerado, o que agrava a incerteza política.
  • Indicadores de Mercado: O índice de desemprego e o PIB registram variações que preocupam investidores internacionais, conforme reportado pela Yonhap News Agency.
  • Pressão Comercial: Fontes da Reuters apontam que as tensões comerciais com os EUA – com tarifas que chegam a 25% sobre importações sul-coreanas – complicam ainda mais o cenário econômico, exigindo uma resposta ágil do governo interino.

Conclusão

A destituição de Yoon Suk Yeol marca um divisor de águas na política sul-coreana, evidenciando a resiliência das instituições democráticas frente a medidas autoritárias. A decisão não apenas busca reparar os danos causados por um abuso de poder, mas também inaugura um novo capítulo para o país, repleto de desafios internos e externos.

Uma pessoa escreve 'expulsem Yoon Suk Yeol' na rua enquanto manifestantes aguardam a decisão do Tribunal Constitucional sobre o impeachment do presidente, próximo ao tribunal em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Hong-ji
Uma pessoa escreve ‘expulsem Yoon Suk Yeol’ na rua enquanto manifestantes aguardam a decisão do Tribunal Constitucional sobre o impeachment do presidente, próximo ao tribunal em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Hong-ji
Pessoas comemoram após a aprovação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, próximo ao Tribunal Constitucional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Hong-ji.
Pessoas comemoram após a aprovação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, próximo ao Tribunal Constitucional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Hong-ji.
Protestantes de extrema-direita reagem após a notícia da aprovação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, próximo à sua residência em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Soo-hyeon.
Protestantes de extrema-direita reagem após a notícia da aprovação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, próximo à sua residência em Seul, Coreia do Sul, em 4 de abril de 2025. Foto: REUTERS/Kim Soo-hyeon.

1 Trackback / Pingback

  1. Coreia Do Sul Propõe Reforma Para Limitar Presidência

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*