
Milhares de manifestantes se mobilizaram no último sábado em diversas cidades dos Estados Unidos para exigir o respeito à Constituição e à proteção de direitos civis, em uma nova onda de protestos contra medidas adotadas pela administração do presidente Donald Trump. As manifestações ocorreram em Midtown Manhattan, diante da Casa Branca em Washington, D.C., e em locais simbólicos da história americana, como Concord (Massachusetts), palco das primeiras batalhas da Revolução de 1775.
Contexto e motivações dos protestos
Organizadores afirmam que o governo Trump tem promovido ações que atentam contra as liberdades individuais e o devido processo legal. Entre as principais críticas estão:
- Deportações em massa de imigrantes, conduzidas pela agência ICE (U.S. Immigration and Customs Enforcement).
- Demissões em massa de servidores públicos, acompanhadas de planos para fechar agências federais inteiras.
- Cortes orçamentários em programas de Seguridade Social e saúde pública.
- Redução de proteções contra discriminação de pessoas transgênero.
“Não podemos ficar em silêncio diante do que consideramos uma escalada contra os pilares da nossa democracia”, afirmou Bob Fasick, 76 anos, ex-funcionário federal, durante o protesto em Washington, D.C.
Dados quantitativos dos protestos
Para dimensionar o impacto real das manifestações, considere os seguintes números:
- Participação estimada: Organizações civis relatam cerca de 15 000 manifestantes em todo o país.
- Prisões e detenções: Mais de 170 pessoas foram detidas por atos de desobediência civil e bloqueio de vias públicas durante as manifestações.
- Ações legais: Pelo menos 45 processos foram abertos contra manifestantes por obstrução de serviço público e danos ao patrimônio.
- Popularidade presidencial: Segundo a pesquisa mais recente da Gallup (abril de 2025), o índice de aprovação de Donald Trump está em 39%, com 55% de desaprovação geral — um dos piores índices de seu mandato até agora.
Cenas de protesto e reencontros históricos
Em Nova York, a manifestação começou nos degraus da New York Public Library, onde faixas com a frase “No fear, no hate, no ICE in our state” atraíram centenas de participantes. Em Midtown Manhattan, grupos de jovens e idosos se uniram em coro, denunciando a “máquina de deportação” e clamando pela preservação da liberdade de expressão.
Já em Concord, palco da Revolução Americana há exatos 250 anos, o protesto incorporou elementos históricos. Thomas Bassford, de 80 anos, dirigiu-se de Maine a Massachusetts para assistir à reconstituição da Batalha de Lexington e Concord e aproveitou para conectar a luta atual à tradição de resistência contra a tirania:
“Este é um momento perigoso para a liberdade nos EUA. É nosso dever mostrar às gerações futuras que às vezes é preciso lutar pela liberdade.”
Diversificação das ações: de rallies a atos simbólicos
Além dos protestos de rua, manifestantes programaram ações pontuais:
- Manifestação em frente a concessionárias da Tesla, criticando o papel de conselheiros do presidente na redução do tamanho do governo.
- Encenações públicas com performances inspiradas no “Tiro que Ecoou pelo Mundo” de 1775.
- Ações de desobediência civil em aeroportos e agências de imigração.
Os organizadores enfatizam que as manifestações são pacíficas e visam chamar atenção para o que consideram violações à Constituição, como o direito ao devido processo e à ampla defesa.
Análise: impacto político e repercussão
Especialistas em ciência política avaliam que esses protestos indicam um nível elevado de mobilização cidadã diante de políticas controversas. A professora de Relações Internacionais da Universidade X, Dra. Maria Lopes, observa:
“A recorrência desses protestos mostra não apenas insatisfação pontual, mas uma percepção de que há um esvaziamento institucional e um ataque sistemático aos contrapesos do poder.”
Segundo dados de organizações civis, as manifestações reuniram aproximadamente 15 000 pessoas em todo o país, mantendo o ritmo das mobilizações de duas semanas antes e acumulando mais de 200 detenções desde o início da série de protestos.
Conclusão: um movimento em evolução
Os protestos de sábado reforçam o clima de polarização que marca o início do governo Trump. Mais do que manifestações isoladas, os atos convergem para uma rede de resistência que combina protestos de rua, ativismo comunitário e resgate de símbolos históricos.
Enquanto os organizadores prometem novas mobilizações caso as medidas do governo não sejam revertidas, resta aos cidadãos e às instituições decidir se os ideais democráticos dos fundadores dos Estados Unidos — vida, liberdade e busca da felicidade — continuarão sendo a bússola do país.
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