Filipinas e EUA Iniciam Exercícios “Balikatan” em Teste Completo de Batalha

Diretores do exercício Balikatan das Filipinas e dos EUA respondem à imprensa durante a cerimônia de abertura em Manila, 21 de abril de 2025.
O general-major filipino Francisco Lorenzo e o tenente-general americano James Glynn, diretores dos exercícios Balikatan 2025, falam à imprensa após a cerimônia de abertura no quartel-general das Forças Armadas das Filipinas, em Quezon City, Metro Manila, em 21 de abril de 2025. / Reuters

As Filipinas e os Estados Unidos deram início, em 14 de abril de 2025, aos exercícios anuais Balikatan (“ombro a ombro”), em um “teste completo de batalha” que mobiliza mais de 14 000 militares de ambas as nações. Realizados até 9 de maio, esses exercícios respondem a crescentes tensões regionais, especialmente no Mar do Sul da China e em torno de Taiwan

Detalhes dos Exercícios Balikatan

Durante três semanas, cerca de 9 000 soldados americanos e 5 000 filipinos participarão de cenários variados, que vão desde defesa contra ameaças de mísseis até operações navais de invasão e testes de ataque marítimo. Entre as armas apresentadas estão:

  • NMESIS (Ataque marítimo de última geração), sistema anti-navio de última geração dos EUA;
  • HIMARS (Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, capaz de disparar foguetes de alta precisão;
  • Testes de disparo real de mísseis modernos filipinos em coordenação com as forças americanas.

O general de brigada dos EUA James Glynn, diretor dos exercícios, ressaltou que o foco é medir as capacidades combinadas em múltiplos cenários de combate, qualificando o Balikatan como um verdadeiro teste completo de batalha.

Objetivos e Cenário Regional

O exercício busca aprimorar a interoperabilidade entre os aliados, além de servir como dissuasão diante das exigências de segurança na Ásia-Pacífico. “O teste completo de batalha leva em conta todos os desafios de segurança regional que enfrentamos hoje, começando pelo Mar do Sul da China”, afirmou Glynn.

Para as Filipinas, o general-major Francisco Lorenzo declarou que, embora os exercícios não sejam direcionados a nenhum país específico, podem funcionar como inibição contra tentativas de coerção ou invasão:

“O Balikatan pode ajudar a dissuadir um conflito em Taiwan. Mas, para nós, o foco é apenas evitar qualquer possível coerção ou invasão do nosso território.”

Linha do Tempo dos Exercícios Balikatan

AnoDestaque
1991Início oficial dos Balikatan após o Acordo de Defesa Mútua de 1951
2002Inclusão de cenários de contrainsurgência e humanitários
2011Foco em combate naval e defesa antimísseis
2018Primeiro uso de drones de vigilância e inteligência de sinais
2022Testes de mísseis antinavio e fortalecimento da logística aérea
2025Teste completo de batalha: NMESIS, HIMARS e disparo real de mísseis filipinos

Infográfico: Dados das Tropas e Equipamentos

ItemQuantidade / Detalhes
Número de tropas9 000 (EUA) + 5 000 (Filipinas) + contingentes de 5 aliados
Países participantesEUA, Filipinas, Austrália, Japão, Reino Unido, França, Canadá
Principais armamentosNMESIS, HIMARS, mísseis filipinos, UAVs de vigilância
Inovações nesta ediçãoPrimeiro teste integrado de NMESIS e mísseis filipinos; uso coordenado de HIMARS em ambiente marítimo

Análise de Especialistas

Segundo Derek Grossman (RAND Corporation), “exercícios como o Balikatan servem não apenas para treinamento, mas também como alerta diplomático, mostrando que os aliados estão prontos para responder a ameaças reais na região”. Para Mira Rapp-Hooper (Conselho de Relações Exteriores), “a ampliação dos cenários de combate real fortalece a credibilidade da dissuasão e envia um claro sinal à China sobre a disposição de defender interesses no Indo-Pacífico”.

Conclusão

Os exercícios Balikatan 2025 representam uma resposta direta às incertezas geopolíticas no Indo-Pacífico, reforçando laços militares e mostrando que as Filipinas e os EUA estão preparados para enfrentar, de forma coordenada, desafios de segurança emergentes. O “teste completo de batalha” funciona tanto como treinamento de alto nível quanto como instrumento de dissuasão estratégica.

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