
Na noite de terça-feira, swarms de drones de ataque russos atingiram as cidades ucranianas de Kharkiv e Dnipro, deixando ao menos um morto e cerca de 50 feridos, segundo autoridades locais.
Contexto do Conflito
Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, localizada no nordeste, perto da fronteira russa, tem sido alvo constante de drones e mísseis desde o início da invasão em fevereiro de 2022. Em Dnipro, no sul do país, a população também sofre com ataques regulares que visam tanto infraestrutura civil quanto militar.
Impacto em Kharkiv
O governador regional, Oleh Syniehubov, informou que 47 pessoas ficaram feridas em Kharkiv, incluindo duas crianças e uma gestante. Segundo o prefeito Ihor Terekhov, áreas residenciais de prédios altos, casas particulares, uma unidade médica e instalações de infraestrutura civil foram danificadas.
“Estava em casa quando o ataque aconteceu. Meu filho dormia no corredor, eu só ouvi a explosão… estilhaços de vidro me atingiram.”
– Darya, moradora local
Cerca de 1,2 milhão de habitantes permanecem em Kharkiv, ante quase 2 milhões antes da guerra, segundo dados regionais.
Morte em Dnipro
Em Dnipro, o governador Serhiy Lysak confirmou a morte de um homem de 53 anos e ferimentos em outra pessoa. Casas particulares foram danificadas e incêndios eclodiram após o impacto dos drones. Lysak descreveu a noite como “difícil para Dnipro”.
Reação de Kiev e Apelo por Sanções
O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que mais de 100 drones foram lançados contra alvos ucranianos durante a madrugada. Em postagem nas redes sociais, ele defendeu:
“É necessária pressão sobre a Rússia – sanções adicionais fortes que realmente funcionem. Deve ser pressão, não apenas palavras ou tentativas de persuasão, que forcem a Rússia a cessar fogo e encerrar a guerra.”
Zelensky apelou aos Estados Unidos, principal aliado ocidental da Ucrânia, para endurecer medidas contra Moscou.
Tentativas de Mediação e Cessar-Fogo
Washington tem atuado como mediador, mas ameaçou retroceder caso Rússia e Ucrânia não apresentem propostas concretas. Na segunda-feira, o presidente Vladimir Putin anunciou um cessar-fogo de três dias (8 a 10 de maio) para marcar os 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. Kiev, porém, exige um cessar-fogo imediato de pelo menos 30 dias.
Além disso, a Rússia aguarda resposta da Ucrânia sobre o cessar-fogo de maio e proposta de conversações diretas, o que pode indicar uma possível abertura para negociações mais formais — embora ainda sem garantias concretas de avanço.
Apesar do anúncio russo, o comandante-chefe ucraniano, Oleksandr Syrskyi, relatou aumento significativo da atividade bélica russa no leste do país na quarta-feira.
Vítimas em Outras Regiões
- Zaporizhzhia: um homem de 45 anos ferido por ataque a drone em vila parcialmente ocupada (governador Ivan Fedorov).
- Kherson: duas pessoas feridas por bombardeio russo (administração militar local).
Análise e Perspectivas
- Escalada de Drones: O uso massivo de drones de ataque demonstra adaptação tática russa para pressionar múltiplos eixos simultaneamente.
- Vulnerabilidade Civil: Infraestrutura urbana continua exposta, elevando custos humanos e destruição de bens essenciais.
- Pressão Internacional: Apelos de Zelensky reforçam necessidade de sanções mais duras, mas eficiência depende de unidade ocidental.
- Futuro do Cessar-Fogo: Diferenças entre pedidos ucranianos e proposta russa indicam baixa probabilidade de trégua duradoura sem negociações robustas.
Conclusão
Os recentes ataques de drones russos em Kharkiv e Dnipro ressaltam a continuidade e intensificação do conflito na Ucrânia, com grave impacto sobre civis e infraestrutura. Enquanto Kiev clama por sanções mais rígidas e um cessar-fogo prolongado, Moscou adota manobras simbólicas de trégua que não se traduzem em redução efetiva das operações. A comunidade internacional enfrenta o desafio de equilibrar mediação diplomática e pressão econômica para evitar nova escalada humanitária.
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