O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condicionou sua participação nas negociações de paz agendadas para Istambul, em 15 de maio de 2025, à presença pessoal do presidente russo, Vladimir Putin. Em entrevista coletiva na última terça-feira, Zelensky afirmou que “absolutamente tudo na Rússia depende dele” e apontou que o líder russo evita um encontro direto.
Contexto do Conflito
Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, o confronto tornou-se o mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Diversas tentativas de trégua e negociações intermediadas por organizações internacionais não conseguiram estancar as hostilidades de maneira duradoura. A proposta de Zelensky de um cessar-fogo incondicional de 30 dias visa criar um ambiente propício para discussões mais amplas.
Principais Propostas de Zelensky
- Cessar-fogo imediato de 30 dias em todas as frentes (terra, ar, mar e infraestrutura crítica) como pré-condição para o diálogo.
- Negociações diretas com Putin, garantindo que o acordo tenha respaldo do mais alto nível de comando russo.
- Pressão internacional: espera que Estados Unidos e União Europeia imponham sanções adicionais caso Putin não confirme presença.
Resposta e Posicionamento Russo
O Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, limitou-se a afirmar que “será comunicado quando o presidente julgar adequado” quem representará a Rússia em Istambul. Autoridades russas reiteram a demanda pelo reconhecimento das “novas fronteiras” estabelecidas desde 2022, referindo-se aos territórios atualmente ocupados.
Envolvimento de Estados Unidos e União Europeia
O presidente norte-americano Donald Trump lidera o esforço de mediação, anunciando o envio do secretário de Estado Marco Rubio e dos enviados especiais Steve Witkoff e Keith Kellogg, além de declarar sua disposição de participar caso Putin compareça ao encontro.
A União Europeia reforça a exigência ucraniana de cessar-fogo prévio e sinaliza suporte a novas sanções econômicas contra Moscou caso as conversas não sigam o formato acordado.
Desafios e Possíveis Cenários
- Ausência de Putin: manutenção do impasse, aumento das sanções e intensificação das hostilidades.
- Negociações sem cessar-fogo: baixa probabilidade de sucesso, dado o clima de desconfiança mútua e a continuidade dos ataques, como os bombardeios recentes em Kharkiv.
- Encontro tripartite: um diálogo conjunto entre Zelensky, Putin e Trump poderia marcar um ponto de virada, dependente da disposição política de todos os envolvidos em ceder terreno em prol de um acordo sustentável.
Conclusão
O encontro em Istambul representa um momento crítico para o futuro do conflito na Ucrânia. A insistência de Zelensky em um diálogo face a face com Putin não é apenas estratégia diplomática, mas também manobra política para evidenciar a disposição ucraniana por paz e expor a reticência russa. Caso o encontro ocorra, os desdobramentos poderão redefinir o equilíbrio geopolítico na Europa. Na ausência de consenso, a perspectiva de uma paz duradoura permanece distante.
“Queremos combinar o começo do fim da guerra” – palavras de Zelensky que ecoam na diplomacia global enquanto Istambul aguarda a resposta de Moscou.
Atualizações Recentes
Até a data de hoje, não há confirmação oficial da presença de Putin em Istambul. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reforçou em entrevista recente que os EUA mantêm a proposta de 30 dias de cessar-fogo como condição mínima para avanço nas negociações.
Fontes diplomáticas também indicam que a Turquia, país-sede, tem atuado como facilitadora para garantir segurança e imparcialidade na reunião.
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