Rússia vai acabar com a moratória de mísseis à medida que os desdobramentos dos EUA se expandem.

Navio da marinha russa lançando um míssil, demonstrando a expansão das capacidades militares do país.
Navio da marinha russa realizando o lançamento de um míssil, em um movimento que marca o fim da moratória russa sobre o uso desses armamentos.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia disse a uma agência de notícias estatal que, embora a moratória do Kremlin permaneça em vigor por enquanto, ela já não é viável e provavelmente será abandonada.
Navio da marinha russa lançando um míssil, demonstrando a expansão das capacidades militares do país.
Míssil RIM-162 Evolved Sea Sparrow (ESSM) lançado do Sistema de Lançamento Vertical Mk-41 a bordo de uma fragata da classe Fridtjof Nansen da Marinha Real da Noruega: Foto: Marthe Brendefur, Marinha da Noruega.

A Rússia levantará sua moratória autoimposta sobre o desdobramento de mísseis de alcance intermediário e curto capazes de carregar ogivas nucleares, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em uma entrevista à RIA Novosti. Lavrov acusou os Estados Unidos de desdobrar tais armas globalmente, ignorando os alertas de Moscou e Pequim.

Lavrov afirmou que, embora a moratória da Rússia ainda esteja em vigor por enquanto, ela já não é viável e provavelmente será abandonada.

Ele destacou a prontidão de Moscou para tomar medidas retaliatórias, mencionando o recente teste do míssil balístico de médio alcance Oreshnik, que teve como alvo a cidade ucraniana de Dnipro no final de novembro.

O presidente russo Vladimir Putin chamou o ataque de uma resposta aos mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA e aos mísseis Storm Shadow britânicos usados pelas forças ucranianas em território russo.

Os Estados Unidos anunciaram que planejam desdobrar mísseis de longo alcance na Alemanha a partir de 2026. O desdobramento incluirá sistemas SM-6, mísseis de cruzeiro Tomahawk e novas armas hipersônicas não nucleares.

O chanceler alemão Olaf Scholz defendeu a medida como um desestímulo necessário para a segurança europeia, mas sinalizou disposição para reverter a decisão se a Rússia terminar a guerra na Ucrânia. Putin alertou que tais desdobramentos poderiam ameaçar a infraestrutura russa com ataques em apenas 10 minutos.

As tensões crescentes marcam uma mudança significativa desde o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987, assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev. O tratado proibiu mísseis terrestres com alcances entre 500 e 5.500 quilômetros e levou à destruição das armas existentes dessa categoria.

No entanto, os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2019 sob a administração anterior de Trump, citando alegadas violações por parte da Rússia, incluindo o desenvolvimento do míssil Novator 9M729 (NATO: SSC-8 Screwdriver). Por sua vez, a Rússia acusou os Estados Unidos de violarem o tratado ao desdobrar o sistema de lançamento vertical Mk-41 (Mk 41 VLS) na Romênia.

Nos últimos anos, o Kremlin tem criticado repetidamente os Estados Unidos pelo avanço de planos de desdobramento de mísseis na Europa e na região da Ásia-Pacífico. Putin alertou que o colapso do Tratado INF poderia ter sérias consequências para a segurança global e prometeu responder de forma simétrica a quaisquer ações dos EUA.

À medida que as potências globais se posicionam para uma nova fase de competição militar, as preocupações com uma renovada corrida armamentista se tornam mais evidentes, ameaçando a estabilidade internacional.

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