Queda de Helicóptero Militar Ugandês em Mogadíscio

Fumaça sobe após a queda de helicóptero da União Africana próximo ao Aeroporto Aden Adde, em Mogadíscio, Somália.
Fumaça se eleva nas proximidades do Aeroporto Internacional Aden Adde, em Mogadíscio, após a queda de um helicóptero da União Africana em 2 de julho de 2025. REUTERS/Feisal Omar

Na manhã desta quarta‑feira, 2 de julho de 2025, um helicóptero militar da Missão de Apoio e Estabilização da União Africana na Somália (AUSSOM) caiu durante a aterrissagem no Aeroporto Internacional Aden Abdulle, em Mogadíscio. A aeronave, de propriedade das Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF), transportava oito pessoas. Três sobreviveram ao impacto; pelo menos três morreram no local, enquanto o destino dos demais ainda não foi confirmado pelas autoridades.

A Missão AUSSOM e o Papel de Uganda

Mandato e contexto
A AUSSOM iniciou-se em 1.º de janeiro de 2025, sucedendo a ATMIS, com o objetivo de apoiar o governo somali no combate ao grupo extremista al‑Shabab. Reúne cerca de 11.000 militares de várias nações, incluindo Uganda, Quênia e Etiópia, para treinamentos, ações de inteligência e operações conjuntas.

Contribuição ugandesa
Uganda é um dos principais contribuintes de tropas à AUSSOM. Além do apoio direto em solo, o país fornece logística aérea crucial para transporte de pessoal e suprimentos entre bases somalis, como Baledogle, e a capital.

Dinâmica do Acidente

Sequência dos fatos

  1. Chegada para pouso: o helicóptero, vindo de Balidogle Airfield (região de Lower Shabelle), iniciou a aproximação ao aeroporto de Mogadíscio.
  2. Perda de controle: testemunhas relatam que a aeronave entrou em giros fora de controle pouco antes da pista, seguida de uma explosão ao tocar o solo.
  3. Incêndio e resposta: imediatamente após o impacto, ergueu‑se uma densa coluna de fumaça e chamas; equipes de combate a incêndio controlaram o fogo em menos de uma hora, permitindo a retomada parcial das operações aeroportuárias com atrasos mínimos.

Consequências Imediatas

  • Vítimas: Das oito pessoas a bordo, três sobreviveram — resgatadas com ferimentos leves a moderados —, ao menos três morreram, e duas permanecem desaparecidas até novas confirmações.
  • Operacional: Apesar do susto, o aeroporto voltou à normalidade em poucas horas. A comunidade internacional, incluindo a ONU e a própria União Africana, expressou solidariedade às famílias das vítimas e reforçou apoio às operações de paz.

Perdas Materiais

Além das perdas humanas, o acidente representa um prejuízo material significativo para as Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF). Segundo estimativas de mercado, um helicóptero militar de transporte médio como o Mi‑17, frequentemente utilizado por Uganda em operações da União Africana, pode custar entre US$ 8 e 15 milhões, dependendo da configuração, blindagem e sistemas embarcados.

A perda de um ativo dessa natureza afeta diretamente a capacidade logística da missão, exigindo reposição urgente e podendo impactar o orçamento operacional da força ugandesa na AUSSOM.

Investigação em Curso

O porta‑voz das UPDF, brig‑gen. Felix Kulayigye, enfatizou que “sempre que há acidente aéreo, deve haver investigação completa”. Uma comissão técnica ugandesa, em conjunto com autoridades somalis (Autoridade de Aviação Civil e Ministério da Defesa), já foi designada para:

  • Inspecionar os destroços e sistemas de voo.
  • Analisar gravações de voo e comunicações com torre de controle.
  • Avaliar possíveis falhas mecânicas, erros de navegação ou fatores climáticos.
  • Emitir relatório preliminar em até 30 dias, com recomendações de segurança.

Contexto de Segurança em Mogadíscio

A insurgência do al‑Shabab representa a maior ameaça ao Estado somali desde 2007. Seus ataques frequentes contra forças nacionais, estrangeiras e civis desgastam a estabilidade. Incidentes aéreos, embora raros, ressaltam a complexidade de operar em um ambiente onde riscos técnicos se somam às ameaças de fogo inimigo. A transparência na investigação e a adoção de protocolos reforçados de manutenção e emergência são vitais para preservar vidas e manter a credibilidade da missão internacional.

Explicando o Acidente

Em suma, o helicóptero perdeu controle durante a manobra de pouso — provavelmente devido a uma combinação de fatores que ainda serão confirmados (situação do vento, performance da aeronave ou falha humana). Ao tocar a pista em rotação anômala, houve quebra estrutural imediata, seguida de combustão do combustível. A rápida ação dos bombeiros evitou danos ainda maiores. A apuração técnica revelará as causas raízes, mas o cenário reforça a necessidade de rigor na manutenção e treinamento de tripulações em missões de alto risco.

Conclusão

A queda do helicóptero ugandês em Mogadíscio é um lembrete trágico dos perigos inerentes às missões de paz em áreas de conflito. A investigação em andamento oferecerá respostas e balizará melhorias nos protocolos de segurança — fundamentais para proteger vidas e assegurar o sucesso contínuo da AUSSOM na Somália.

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