Coreia do Sul Restaura Acordo Militar de 2018 para Reduzir Tensões com a Coreia do Norte

Guarda sul-coreano de pé na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre Coreia do Sul e Coreia do Norte
Guarda sul-coreano na DMZ, simbolizando a tensão e a segurança na fronteira entre Coreia do Sul e Coreia do Norte.

O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, anunciou a restauração do Acordo Militar de 19 de setembro de 2018, visando reduzir as tensões na fronteira com a Coreia do Norte. A decisão foi tomada durante cerimônia que marcou o 80º aniversário da libertação da Coreia do domínio colonial japonês, em 15 de agosto de 2025.

O Acordo de 2018 e Suas Implicações

O Acordo Militar de 2018 foi estabelecido com o objetivo de prevenir confrontos acidentais e promover a confiança mútua entre as duas Coreias. As principais medidas incluíam:

  • Criação de zonas desmilitarizadas nas áreas terrestres e marítimas.
  • Estabelecimento de zonas de exclusão aérea para evitar incidentes aéreos.
  • Suspensão de exercícios militares conjuntos nas proximidades da Zona Desmilitarizada (DMZ).
  • Desmantelamento de postos de guarda ao longo da DMZ.
  • Manutenção de linhas diretas de comunicação entre os militares dos dois países.

No entanto, em 2024, o governo conservador anterior suspendeu o acordo devido a provocações por parte da Coreia do Norte, incluindo o lançamento de balões com lixo sobre a fronteira e a declaração de que a Coreia do Sul era um “estado hostil”. Em resposta, a Coreia do Sul retomou algumas atividades militares e campanhas de propaganda.

Iniciativas Recentes e Reações

Desde sua posse em junho de 2025, o presidente Lee Jae Myung tem adotado uma postura mais conciliatória. Entre as ações tomadas estão:

  • Suspensão de lançamentos de balões com panfletos anti-Norte-coreanos.
  • Interrupção das transmissões de propaganda via alto-falantes ao longo da fronteira.
  • Postergamento de exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos.

Recentemente, a Coreia do Norte iniciou o desmantelamento de seus alto-falantes de propaganda na fronteira, sinalizando uma possível redução das tensões. No entanto, líderes norte-coreanos, como Kim Yo-jong, têm se mostrado céticos em relação às iniciativas sul-coreanas, mantendo uma postura firme e rejeitando diálogos significativos.

Dados Quantificáveis

A DMZ, com aproximadamente 250 quilômetros de extensão e 4 quilômetros de largura, é uma das fronteiras mais militarizadas do mundo. A Coreia do Sul mantém cerca de 630.000 soldados, enquanto a Coreia do Norte possui aproximadamente 1,2 milhão de militares. Além disso, os Estados Unidos mantêm cerca de 29.000 tropas na península, em apoio à defesa sul-coreana.

Em termos de infraestrutura, o Acordo de 2018 levou ao desmantelamento de 22 postos de guarda ao longo da DMZ, com a retirada de armas e pessoal militar, substituídos por equipes de segurança desarmadas.

Mapa da Zona Desmilitarizada (DMZ) Coreia do Norte e Coreia do Sul – Túneis e Linha de Demarcação Militar

Mapa explicativo da DMZ entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, mostrando a Linha de Demarcação Militar e os túneis descobertos.
Zona Desmilitarizada (DMZ): Área de cerca de 4 km de largura, marcada em vermelho claro no mapa. Serve como buffer entre as Coreias. Fonte: wikimedia.org/Rishabh Tatiraju/talitavaiaomundo.com

Linha de Demarcação Militar (MDL): Linha cinza que corta a DMZ, representando a fronteira oficial.

Túneis Descobertos:
1º Túne l: Localizado próximo à fronteira sudoeste.
2º Túne l: Próximo ao centro da DMZ.
3º Túne l: Sudoeste, próximo ao 1º túnel.
4º Túne l: Extremo nordeste da DMZ.

Paralelo 38: Linha de referência histórica, aproximadamente no centro da DMZ.

Coreia do Norte / Coreia do Sul: Destacadas em cores diferentes (norte em bege claro, sul em amarelo claro).

O mapa acima mostra a Zona Desmilitarizada (DMZ) entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, destacando a Linha de Demarcação Militar e os túneis descobertos que demonstram a complexidade da segurança na região. A DMZ possui aproximadamente 4 km de largura e se estende por 250 km, funcionando como um buffer estratégico para evitar confrontos diretos entre os dois países. A localização dos túneis reflete tentativas históricas da Coreia do Norte de infiltração militar, enquanto a criação de zonas desmilitarizadas adicionais busca reduzir tensões recentes.

Perspectivas Futuras

A restauração do Acordo Militar de 2018 representa um passo importante para a redução das tensões na Península Coreana. Contudo, especialistas alertam que a eficácia do acordo dependerá da vontade política de ambas as partes e do apoio contínuo da comunidade internacional. A implementação das medidas acordadas será crucial para garantir a estabilidade e a paz duradoura na região.

Conclusão

A restauração do Acordo Militar de 2018 pela Coreia do Sul marca um esforço significativo para reduzir as tensões na Península Coreana e prevenir confrontos acidentais ao longo da fronteira com a Coreia do Norte. Medidas como a criação de zonas desmilitarizadas, suspensão de exercícios militares próximos à DMZ e manutenção de linhas diretas de comunicação demonstram a intenção de promover confiança mútua entre os dois países. Apesar dos sinais positivos, como o desmantelamento de alto-falantes de propaganda pela Coreia do Norte, a efetividade do acordo dependerá da disposição política de ambas as partes e do acompanhamento da comunidade internacional. A implementação consistente dessas medidas será crucial para garantir estabilidade, evitar incidentes militares e avançar na construção de uma paz duradoura na região.

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