
A América Latina apresenta sinais de recuperação econômica em 2025, com destaque para Chile e Brasil, segundo análise da Moody’s Analytics. O crescimento da região, embora modesto, reflete fatores internos e externos, como o aumento dos preços de commodities e o desempenho positivo de setores estratégicos. Especialistas alertam, no entanto, para desafios de diversificação econômica e sustentabilidade fiscal.
Revisão das projeções da Moody’s Analytics
A Moody’s Analytics elevou sua projeção de crescimento para a América Latina em 2025 de 2,1% para 2,2%, com destaque para o Chile e o Brasil. No Brasil, o PIB cresceu 3,1% no primeiro trimestre de 2025, superando expectativas anteriores de 2,6%. Segundo João Paulo Siqueira, economista do Instituto de Estudos Econômicos da América Latina, “o desempenho brasileiro surpreende, mas ainda depende de ajustes fiscais para manter a sustentabilidade do crescimento.”
O papel estratégico do cobre no Chile
O Chile continua a se beneficiar da valorização do cobre, sua principal exportação. A Comissão Chilena do Cobre (Cochilco) projeta um preço médio de US$ 4,30 por libra para 2025 e 2026. A estatal Codelco registrou aumento de 17,3% na produção de cobre em junho, contribuindo para um crescimento de 9,6% no primeiro semestre.
No entanto, especialistas alertam que a economia chilena depende fortemente do cobre. “O país precisa diversificar sua economia para reduzir a vulnerabilidade a flutuações internacionais do metal”, afirma Carolina Vargas, analista econômica do Banco Central do Chile.
Desempenho econômico do Brasil
O Brasil também superou expectativas, com crescimento de 3,1% no primeiro trimestre de 2025. A Moody’s Ratings, entretanto, revisou a perspectiva de crédito de positiva para estável, citando o ritmo mais lento do ajuste fiscal e desafios relacionados à sustentabilidade da dívida pública. Segundo o economista André Lima, “o crescimento é positivo, mas o Brasil precisa consolidar políticas fiscais robustas para garantir estabilidade a médio prazo.”
Implicações geopolíticas do crescimento econômico
O desempenho de Chile e Brasil tem implicações significativas para a geopolítica regional. A valorização do cobre fortalece a posição do Chile em negociações comerciais internacionais, enquanto o crescimento brasileiro pode influenciar sua liderança política e econômica na América Latina.
Desafios e perspectivas de longo prazo
Apesar do crescimento, ambos os países enfrentam desafios. O Chile precisa diversificar sua economia além do cobre, reduzindo riscos associados a preços voláteis. O Brasil, por sua vez, deve implementar reformas fiscais para garantir a sustentabilidade de sua dívida pública e manter a confiança de investidores internacionais.
Conclusão
A revisão da Moody’s Analytics aponta um panorama econômico positivo para a América Latina em 2025, com Chile e Brasil liderando o crescimento. Embora os resultados sejam animadores, especialistas enfatizam a importância da diversificação econômica e do equilíbrio fiscal para consolidar ganhos e reduzir vulnerabilidades regionais.
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