
Em 17 de setembro de 2025, Israel anunciou a prontidão operacional do Iron Beam, um sistema de defesa aérea baseado em laser de alta energia. Trata-se do primeiro armamento a laser a ser oficialmente incorporado a uma rede nacional de defesa, marcando uma virada histórica na guerra moderna.
O projeto foi desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems em parceria com a Elbit Systems. Em hebraico, o sistema recebeu o nome de “Or Eitan” (“Luz Eterna”), em homenagem ao capitão Eitan Oster, um soldado de forças especiais morto em combate no sul do Líbano. O gesto simboliza tanto o caráter inovador quanto o aspecto memorial da tecnologia.
Como funciona o Iron Beam
O Iron Beam — ou “Raio de Ferro” — utiliza um laser de 100 quilowatts para destruir alvos de curto alcance, como foguetes, morteiros, drones e projéteis de artilharia.
O processo ocorre em três etapas:
- Detecção: radares e sensores identificam a ameaça.
- Rastreamento: sistemas ópticos adaptativos mantêm o feixe estável, mesmo sob poeira ou neblina.
- Neutralização: feixes de laser são concentrados no alvo até aquecê-lo e destruí-lo em pleno ar.
Ao contrário de mísseis interceptores, que dependem de estoques físicos, o Iron Beam funciona com energia elétrica, garantindo disparos ilimitados enquanto houver fornecimento de energia.
Comparação de custos: Iron Dome x Iron Beam
O fator econômico é central para entender a importância do Iron Beam:
- Iron Dome: cada míssil Tamir custa entre US$ 40 mil e 50 mil por interceptação.
- Iron Beam: cada disparo consome apenas energia elétrica, estimada em alguns dólares por tiro.
Essa diferença muda radicalmente a lógica da defesa. Até aqui, grupos como Hamas e Hezbollah exploravam um desequilíbrio: foguetes artesanais de baixo custo contra interceptores caríssimos. Com o Iron Beam, Israel inverte essa relação.
Vantagens estratégicas
- Velocidade da luz: resposta quase instantânea contra alvos em trajetória curta.
- Custo mínimo: torna insustentáveis os ataques de saturação prolongados.
- Munição ilimitada: desde que haja energia, não há restrição de disparos.
- Integração com o Iron Dome: o Iron Beam lida com ameaças menores, liberando os mísseis para alvos mais complexos.
Limitações e desafios
Apesar da inovação, o Iron Beam não substitui sistemas tradicionais:
- Clima adverso (chuva, fumaça, poeira) pode reduzir a eficácia do laser.
- Alcance restrito: atua apenas em alguns quilômetros.
- Tempo de exposição: precisa manter o feixe por segundos até destruir o alvo.
- Demanda energética: exige infraestrutura robusta para disparos sucessivos.
Cenários de uso real
Segundo analistas militares, o Iron Beam pode ser decisivo em:
- Defesa contra enxames de drones, usados cada vez mais em guerras modernas.
- Intercepção de foguetes artesanais e morteiros, comuns em ataques a comunidades próximas a Gaza e ao sul do Líbano.
- Proteção de infraestrutura crítica — como bases militares, usinas de energia e centros urbanos próximos a fronteiras.
Israel e o panorama global das armas a laser
Israel não é o único país desenvolvendo armas de energia dirigida (Directed Energy Weapons), mas foi o primeiro a declarar uso operacional em combate com o Iron Beam/Or Eitan.
Outros países têm projetos avançados:
- Estados Unidos 🇺🇸: sistemas como HELWS e lasers navais HELIOS, testados contra drones e mísseis de cruzeiro, ainda em fase de protótipo ou teste.
- China 🇨🇳: desenvolve lasers para derrubar drones e satélites, com protótipos móveis testados desde 2017.
- Rússia 🇷🇺: sistema Peresvet, alegadamente capaz de cegar satélites e destruir drones, mas com eficácia operacional debatida.
- Alemanha e Reino Unido 🇩🇪🇬🇧: desenvolvem sistemas para drones e foguetes de curto alcance, incluindo o laser naval DragonFire do Reino Unido.
- Tailândia 🇹🇭: em agosto de 2025, o Exército Real da Tailândia revelou um protótipo de arma laser para neutralizar drones hostis, testado na Base Aérea 1. (Tailândia Inova em Defesa: Exército Real Revela Arma Laser de Alta Energia para Neutralizar Drones Hostis)
Diferença principal: Israel é um dos primeiros países a declarar que o Iron Beam/Or Eitan está pronto para operação e a utilizá-lo em testes reais de campo; outros países ainda mantêm sistemas em fase de protótipos ou testes.
Impacto estratégico
A entrada em operação do Iron Beam inaugura a era das armas de energia dirigida no campo de batalha. O sucesso israelense não apenas reforça sua defesa, mas sinaliza ao mundo o potencial das tecnologias a laser, que países como EUA, China, Rússia e Tailândia estão explorando.
Conclusão
O Iron Beam — Or Eitan representa um salto tecnológico e estratégico. Reduz custos, aumenta a capacidade de resposta e introduz uma nova lógica na defesa antimísseis. Ao oficializar sua prontidão em 17 de setembro de 2025, Israel abriu a porta para uma nova era de guerra moderna, onde lasers deixam de ser ficção científica e passam a proteger cidades, fronteiras e soldados em tempo real.
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