Na sexta-feira, a Ucrânia afirmou que atacou uma refinaria de petróleo russa e uma fábrica de microchips em um grande ataque com drones, provocando incêndios nas instalações de produção da refinaria e numa estação de bombeamento de petróleo.
Horas antes, a Rússia disse que suas forças haviam repelido um ataque com drones durante a noite, mas quatro fontes da indústria confirmaram à Reuters que uma das refinarias mais antigas do país foi atingida na cidade de Ryazan, ao sudeste de Moscou.
O ataque incendiou os tanques de armazenamento de petróleo da refinaria e causou danos a equipamentos, como uma plataforma de carregamento ferroviário e uma unidade hidrogenadora usada para remover impurezas de produtos refinados, conforme relataram as fontes.
Imagens de vídeo compartilhadas nas redes sociais mostraram fumaça e chamas consumindo uma refinaria de petróleo em Ryazan, com pessoas aparentemente correndo em pânico para se proteger. A Reuters conseguiu confirmar a localização das imagens, mas não pôde determinar quando foram gravadas.
Se confirmados, os ataques noturnos reforçam a capacidade da Ucrânia de atingir alvos profundos dentro da Rússia, enquanto ambos os lados buscam fortalecer suas posições antes de possíveis conversas de paz, com a volta de Donald Trump à Casa Branca.
O presidente dos EUA declarou que pretende encerrar rapidamente os quase três anos de guerra na Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na sexta-feira que está disposto a dialogar com Trump sobre a guerra, mas que a questão de negociar com a Ucrânia se complica devido ao decreto de Volodymyr Zelenskiy, que impede negociações com Putin.
O Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou que não vê sinais objetivos de que a Ucrânia ou o Ocidente estejam dispostos a iniciar negociações de paz.
“Na verdade, os fornecimentos militares ocidentais às forças armadas ucranianas seguem em curso, ultimatos à Rússia estão sendo preparados, há uma proibição legal (ucraniana) de negociações, e a questão da legitimidade das autoridades ucranianas permanece sem solução”, declarou Lavrov em comentários publicados na sexta-feira.
TREZE REGIÕES DA RÚSSIA ALVO DE ATAQUES
O ataque com drones durante a noite parece ter sido um dos maiores realizados por Kiev na guerra.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que 20 drones ucranianos haviam atacado a região de Ryazan em um assalto que envolveu um total de 121 drones, atingindo 13 regiões, incluindo Moscou.
O exército ucraniano postou no Facebook que incêndios começaram nas instalações de produção da refinaria danificada e em uma estação de bombeamento de petróleo, mas não esclareceu a gravidade dos danos.
A Ucrânia também afirmou ter atacado a planta de microeletrônica Kremniy El na região de Bryansk, na Rússia, a qual, segundo Kiev, produzia componentes para sistemas de mísseis de defesa aérea russos, mísseis nucleares e eletrônicos de bordo para aviões de combate.
A agência de notícias russa TASS citou uma declaração da planta Kremniy, dizendo que a produção na fábrica foi suspensa após o ataque com drones e que ninguém ficou ferido.
A planta sofreu danos em algumas instalações de produção e em um armazém, e seu fornecimento de energia foi interrompido, de acordo com a TASS.
Pavel Malkov, governador de Ryazan, afirmou no Telegram que os serviços de emergência estavam lidando com as consequências do ataque.
O Ministério da Defesa da Rússia não comentou sobre vítimas ou danos, mas informou que seis drones foram destruídos na região de Moscou e um na própria capital.
A Rússia afirmou que drones também foram abatidos nas regiões fronteiriças de Bryansk e Belgorod, além da Península da Crimeia, anexada pela Rússia. As regiões de Saratov, Rostov, Voronezh, Tula, Oryol, Lipetsk e Kursk, onde as tropas ucranianas mantêm controle de uma parte do território apesar dos esforços russos para expulsá-las, também foram alvos do ataque.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, afirmou na manhã de sexta-feira que as defesas aéreas interceptaram ataques de drones ucranianos em quatro pontos ao redor da capital russa. Não houve informações sobre danos significativos ou vítimas.
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