Acordo Comercial “Inovador” entre EUA e Reino Unido

Presidente Donald Trump anuncia novo acordo comercial com o Reino Unido durante coletiva de imprensa.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anuncia acordo com o Reino Unido que amplia o comércio bilateral e reduz barreiras alfandegárias [Jim Watson/AFP]./ Al Jazeera

Ontem, 8 de maio de 2025, o presidente Donald Trump e o primeiro-ministro Keir Starmer anunciaram, por videoconferência, um acordo comercial inédito que cria uma zona de comércio de alumínio e aço e reforça a segurança da cadeia de suprimentos farmacêutica. É o primeiro pacto bilateral assinado pelos EUA após a imposição de tarifas de 10% sobre a maioria dos países.

Principais objetivos:

  • Assegurar reciprocidade e equidade no comércio bilateral, segundo Trump.
  • Ampliar o acesso de produtos agrícolas dos EUA ao mercado britânico.
  • Simplificar processos alfandegários para empresas do Reino Unido.

Principais Cláusulas

AspectoSituação AnteriorNovo Acordo
Tarifa britânica sobre EUA5,1 %1,8 %
Tarifa americana geral10 % (mantida)Mantida, sem alterações nos percentuais
Processos alfandegários (UK→EUA)Burocracia complexaDocumentação reduzida e digitalizada
Exportação de carne e etanolCotas restritasExpansão de cotas e trâmites acelerados
Suprimentos farmacêuticosSem garantias específicasCláusulas de proteção à cadeia de fornecimento

Contexto Histórico e Estratégico

  • Pós‑Brexit: desde a saída da União Europeia em 2020, o Reino Unido busca acordos que equilibrem relações com EUA, UE e China. A promessa de um pacto com Washington foi um dos atrativos do Brexit.
  • Tarifas Trumpistas: em 2 de abril de 2025, Trump implementou uma tarifa universal de 10 % sobre a maioria dos parceiros comerciais, além de 25 % sobre carros, aço e alumínio de alguns países e tarifas específicas de até 145 % na China.
  • Superávit Comercial: em 2024, os EUA tiveram superávit de US$ 11,9 bi em bens com o Reino Unido, que importou US$ 68 bi de produtos americanos (2 % do total importado pelos EUA).

Reação dos Mercados

Ao anúncio, em 8 de maio de 2025 às 11h30 ET (15h30 GMT):

  • S&P 500 subiu 0,97 %
  • Dow Jones avançou 1,02 %
  • Nasdaq Composite registrou alta de 1,17 %
    Investidores interpretaram o pacto como sinal de desescalada na guerra de tarifas, reduzindo riscos de inflação elevada e recessão.

Implicações Políticas e Econômicas

  1. Ratificação legislativa: o texto final será submetido aos parlamentos de ambos os países nas próximas semanas.
  2. Equilíbrio geoeconômico: UE e China monitoram o acordo, avaliando possíveis distorções competitivas.
  3. Competitividade industrial: indústrias britânicas precisarão se adaptar à maior concorrência em aço, alumínio e produtos farmacêuticos.
  4. Agro dos EUA: espera‑se aumento de exportações de carne bovina, etanol e grãos; prevê‑se até US$ 5 bi em novas vendas.

Informações Adicionais

  • FMI: relatório de abril de 2025 projeta crescimento de 2,3 % no PIB do Reino Unido em 2026, potencialmente impulsionado por novos acordos comerciais.
  • Bloomberg: fontes indicam que cláusulas de sustentabilidade ambiental foram incluídas para produção de alumínio com menor intensidade de carbono.

Conclusão

O acordo EUA–Reino Unido de 8 de maio de 2025 representa um marco na estratégia de usar tarifas como instrumento de negociação. Mantendo a tarifa de 10 %, o pacto abre novas fronteiras para o agronegócio americano e oferece aos britânicos acesso mais barato a metais e fármacos. A efetividade dependerá da ratificação legislativa e da capacidade dos setores industriais de se adaptarem à nova realidade competitiva.

Próximos Passos

  • Ratificação: O texto final do acordo será submetido aos parlamentos para aprovação, sendo um passo crucial para a sua entrada em vigor.
  • Implementação de ajustes regulatórios: As autoridades precisarão adaptar os sistemas alfandegários e comerciais, além de preparar exportadores e importadores para as novas condições.
  • Monitoramento e adaptação: Após a ratificação, será necessário um acompanhamento contínuo para garantir que as condições do acordo sejam cumpridas, com especial atenção para setores sensíveis como aço, alumínio e farmacêuticos.

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