Dreamliner da Air India se choca contra alojamento universitário em Ahmedabad: o pior desastre aéreo em uma década

Cauda de avião Boeing 787 da Air India presa no topo de um prédio após acidente em Ahmedabad, Índia, 12 de junho de 2025.

Horas antes, ao se preparar para um dos voos mais longos da sua malha, o Boeing 787-8 Dreamliner da Air India partiu de Ahmedabad rumo a Londres. Em questão de segundos, contudo, a esperança de um trajeto tranquilo se transformou em tragédia: a aeronave emitiu um sinal de socorro (“Mayday”), perdeu comunicação com o controle de tráfego e se chocou contra o alojamento de um colégio médico durante o horário de almoço.

Mortos, feridos e sobrevivência improvável

Dados oficiais divulgados pelo Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia (AAIB) apontam para cerca de 294 vítimas fatais — entre passageiros, tripulantes e estudantes no interior do prédio. Havia 242 pessoas a bordo: 217 adultos, 11 crianças e 2 bebês; no solo, estudantes almoçavam quando as chamas consumiram parte do hostel.

Ao menos um passageiro sobreviveu: Ramesh Vishwashkumar, em 11A, junto a uma saída de emergência, foi lançado contra estruturas antes de se arrastar até socorro. Seu relato — publicado pelo Hindustan Times — descreve o momento exato da explosão e o cenário de destruição.

Contexto e perfil da aeronave

  • Modelo: Boeing 787-8 Dreamliner, em operação comercial desde 2011 e sem histórico de acidente fatal até então.
  • Histórico do aparelho: Primeiro voo em 2013; entregue à Air India em janeiro de 2014.
  • Motor: fornecido pela GE Aerospace; equipe técnica já está em solo indiano para análise de dados de voo.

Causas preliminares

Autoridades indicam dois sinais críticos:

  1. Trem de pouso estendido: vídeos capturados mostram o trem de pouso sem recolhimento, atípico para a fase de voo registrada.
  2. Ruído súbito: passageiros relataram um estrondo antes do impacto — indício de possível ruptura estrutural ou falha catastrófica.

Especialistas do NTSB dos EUA e da própria Boeing colaboram com a investigação, que aguarda a decodificação das caixas-pretas para apontar causas técnicas definitivas.

Repercussão nacional e global

  • Mercado: as ações da Boeing recuaram 5% em Nova York no dia seguinte, refletindo preocupação de investidores com a segurança do modelo Dreamliner.
  • Regulação: FAA (EUA), EASA (UE) e DGCA (Índia) monitoram de perto o caso; inspeções adicionais podem ser determinadas.
  • Air India: parte do conglomerado Tata desde 2022 e fundida com a Vistara em 2024, a companhia vê seu plano de reposicionamento decolar sob forte pressão.

Impacto sobre o campus

O alojamento atingido fica em área central da faculdade de medicina. A direção anunciou suspensão imediata das atividades até a conclusão de perícia estrutural e ofereceu apoio psicológico aos estudantes.

Reações oficiais

  • Primeiro-ministro Narendra Modi: decretou luto nacional e postou em suas redes: “Coração partido além das palavras.”
  • Governo britânico: assistências consulares reforçadas para as 53 vítimas britânicas a bordo.
  • Reino Unido: PM Keir Starmer classificou as imagens como “devastadoras”; o Palácio de Buckingham acompanha o desenrolar das investigações.

Histórico de segurança na Índia

O último acidente fatal no território nacional tinha sido em 2020 — o voo 1344 da Air India Express, cujo Boeing 737 saiu da pista em Kozhikode, matando 21 pessoas.

Próximos passos

A análise de caixas-pretas, vídeo de cabine e dados de telemetria deverá esclarecer falhas técnicas ou humanas. Relatórios preliminares são esperados em semanas; o relatório final deve levar até um ano.

Conclusão

Este episódio reabre o debate sobre segurança em decolagens e manutenção de sistemas críticos. À medida que as autoridades divulgam novas evidências, o mundo acompanha com atenção, aguardando lições que reforcem a confiança na aviação moderna.

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