Uma Perspectiva Real de Ataques Não Convencionais Contra a OTAN – Atualização da Guerra na Ucrânia em 30 de Dezembro

Presidente da Ucrânia e primeiro-ministro da Polônia apertando as mãos durante a atualização sobre a guerra na Ucrânia
Presidente ucraniano e primeiro-ministro polonês reforçam compromisso com a segurança na Europa enquanto a guerra na Ucrânia continua.

EUA anunciam novo pacote de ajuda militar à Ucrânia; Polônia oferece apoio energético; Rússia reage à proibição do Telegram na UE

Os Estados Unidos estão prestes a anunciar um novo pacote de assistência militar no valor de US$ 1,25 bilhão para a Ucrânia, segundo autoridades americanas. A medida visa acelerar o apoio a Kyiv antes da posse do presidente eleito Donald Trump, marcada para janeiro. O pacote incluirá munições para os sistemas de defesa aérea NASAMS e HAWK, além de mísseis Stinger e projéteis de artilharia de 155 mm e 105 mm, conforme noticiado pela Associated Press.

O anúncio está previsto para a próxima segunda-feira, em meio a um aumento significativo dos ataques russos contra a infraestrutura energética da Ucrânia. Embora muitas das ameaças aéreas tenham sido interceptadas, os danos foram severos em várias regiões. A linha de frente segue ativa, especialmente na região de Kursk, onde forças russas, inclusive tropas norte-coreanas, estão envolvidas em tentativas de reconquistar território.

Segundo o Pentágono, cerca de US$ 1,2 bilhão ainda estão disponíveis por meio da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, destinada à compra de armas com entregas em longo prazo. A nova assistência será enviada sob autoridade de redução presidencial, permitindo transferências rápidas diretamente dos estoques americanos. Com isso, o total de ajuda militar dos EUA à Ucrânia desde fevereiro de 2022 ultrapassará US$ 64 bilhões.

Apesar disso, líderes nos EUA e na Europa demonstram preocupação com a abordagem de Trump, que já declarou que encerraria o conflito em “24 horas” e sugeriu a necessidade de um acordo direto entre Zelenskyy e Putin. Há temores de que uma relação mais próxima entre Trump e Moscou possa prejudicar os interesses ucranianos e comprometer o apoio ocidental.

Polônia pronta para reforçar exportação de energia à Ucrânia

A Polônia anunciou que está preparada para aumentar o fornecimento de energia à Ucrânia caso a Eslováquia cumpra a ameaça de interromper os fluxos de eletricidade de emergência. A medida eslovaca, anunciada pelo primeiro-ministro Robert Fico, é vista como uma resposta à decisão da Ucrânia de encerrar o trânsito de gás russo a partir de 2025.

A infraestrutura elétrica ucraniana tem sido alvo constante de ataques russos, e qualquer interrupção no apoio energético coloca em risco o já fragilizado sistema. De acordo com a Bloomberg, autoridades polonesas se comprometeram a intensificar a produção doméstica para suprir eventuais cortes eslovacos. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou a postura de Fico, classificando-a como alinhada aos interesses russos, e reiterou que a Ucrânia está disposta a facilitar o transporte de gás de fontes alternativas, se solicitado pela Comissão Europeia.

Rússia promete retaliação após canais bloqueados no Telegram

Autoridades russas prometeram retaliar após canais de mídia estatal do país serem bloqueados no Telegram em diversos países da União Europeia, como França, Bélgica, Polônia, Grécia, Países Baixos e Itália. Entre os veículos afetados estão RIA Novosti, Rossiya 1, Pervyi Kanal, NTV, Izvestia e Rossiyskaya Gazeta.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, condenou a medida, chamando-a de “censura deliberada” e parte de uma “campanha sistemática de repressão contra a mídia russa”. Ela declarou que os ataques à liberdade de imprensa russa não ficarão sem resposta. A UE já havia proibido a distribuição de diversos meios de comunicação russos, acusando-os de veicular propaganda pró-Kremlin. Até o momento, nem o Telegram nem representantes da UE comentaram oficialmente sobre as novas restrições.

OTAN alerta para ameaças híbridas da Rússia

O vice-secretário-geral adjunto da OTAN para Inovação, Assuntos Híbridos e Cibernéticos, James Appathurai, alertou sobre a possibilidade concreta de um ataque não convencional da Rússia contra a aliança. Ele destacou o aumento de ameaças híbridas desde o início da guerra, incluindo cortes de cabos submarinos, sabotagens em edifícios e dispositivos incendiários em cargas aéreas.

Segundo Appathurai, os 32 países membros da OTAN vivem atualmente uma situação de “sapo fervendo”, onde ataques híbridos se tornaram frequentes e estariam “completamente fora de cogitação há cinco anos”. Ele defendeu mais clareza entre os aliados sobre os limites que poderiam justificar uma resposta militar formal, inclusive com o uso da força.

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