
Desde o colapso do cessar‑fogo em março de 2025, a ofensiva terrestre israelense na Faixa de Gaza entrou em uma nova fase. Em 5 de maio de 2025, o gabinete de segurança de Benjamin Netanyahu aprovou um plano para expandir e consolidar o controle sobre todo o enclave. Este artigo analisa de forma jornalística e analítica os desdobramentos políticos, militares e humanitários dessa decisão, atualiza dados-chave e incorpora as informações mais confiáveis disponíveis.
Contexto e decisão do gabinete
Hoje, segunda-feira, 5 de maio de 2025, o gabinete de segurança liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu votou para ampliar a ofensiva terrestre em Gaza, com o objetivo de conquistar e manter todo o território controlado pelo Hamas. O plano aprovado prevê uma implementação gradual, com as forças israelenses concentrando inicialmente suas operações no norte e centro do enclave antes de avançar para o sul.
Descrição do mapa de controle territorial
Mesmo sem o auxílio visual de um mapa, o controle territorial atual pode ser descrito da seguinte forma:
- Norte de Gaza: cerca de 60% sob controle israelense após operações intensivas em abril e maio.
- Centro do enclave: setor de resistência, com combates urbanos e presença de túneis do Hamas.
- Sul de Gaza: reduto de civis deslocados, servindo atualmente como zona de concentração humanitária, porém sob cerco contínuo.
A rodovia Salah al‑Din permanece a principal via de evacuação, ainda que sujeita a interdições temporárias pelas FDI.
Plano gradual e cronograma
O novo esquema determina que as tropas israelenses ocupem permanentemente as áreas conquistadas, diferentemente das incursões anteriores. A fase inicial, prevista para durar 4–6 semanas, foca na estabilização do norte e centro; na sequência, ocorrerá avanço para o sul, acompanhado de realocação forçada de civis.
4. Quadro com dados atualizados (até 5 de maio de 2025)
Métrica | Valor | Fonte |
---|---|---|
Mortos palestinos | 52 535 | Ministério da Saúde de Gaza, via Al Jazeera |
Feridos palestinos | 118 491 | Ministério da Saúde de Gaza, via Al Jazeera |
Mortos israelenses | 1 706 | Reuters |
Feridos israelenses | > 10 000 (reservistas tratados) | Reuters (reservistas) |
Deslocados internos (IDPs) | ~ 1 900 000 | UNOCHA |
Reféns ainda em Gaza | 59 | Reuters – segurança israelense |
Reféns acreditados vivos | Até 24 | Reuters – segurança israelense citeturn0news21 |
Reféns já libertados (acumulado) | 117 | U.S. Congress CRS report |
Dias desde reinício da ofensiva terrestre | 48 (início em 18 mar 2025) | Cálculo interno |
Impacto humanitário
A ofensiva causou mais de 52 000 mortos palestinos e 118 000 feridos, segundo autoridades de saúde locais. Mais de 1,9 milhão de pessoas estão deslocadas, vivendo em condições precárias de abrigo, higiene e alimentação. A ONU alerta para risco de fome generalizada e colapso sanitário.
Reações de organizações humanitárias
O Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) rejeita o modelo de distribuição via hubs militares, apontando militarização da ajuda e violação de princípios humanitários. A ONU classificou o bloqueio de suprimentos como punição coletiva, exigindo abertura de corredores neutros.
Negociações e janela para cessar‑fogo
O ministro Zeev Elkin mencionou uma “janela de oportunidade” para cessar‑fogo e troca de reféns antes da visita de Donald Trump à região. O Hamas condiciona liberação de prisioneiros ao fim total da ofensiva e retirada das tropas.
Mobilização de reservas
O Estado‑Maior, sob o comando do tenente‑general Eyal Zamir, convocou dezenas de milhares de reservistas para sustentar a expansão da campanha terrestre. Ao mesmo tempo, recomendou-se facilitar o ingresso de ajuda humanitária para evitar colapso médico.
Riscos e perspectivas
Especialistas do Institute for the Study of War(Instituto para o Estudo da Guerra) apontam risco de guerra de guerrilha prolongada, com custos crescentes e ganhos territoriais incertos. Pesquisas indicam queda no apoio público em Israel, pressionando por solução negociada.
Conclusão
A ampliação da ofensiva terrestre representa uma escalada significativa, combinando objetivos militares de controle total com uma crise humanitária sem precedentes. O desfecho dependerá da resistência do Hamas, da dinâmica diplomática internacional e da capacidade de Israel de sustentar uma operação prolongada sem perder apoio interno.
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