
Na véspera de importantes eventos em Moscou, a capital russa informou ter repelido um ataque de drones atribuído à Ucrânia, intensificando um conflito que perdura desde a invasão russa em fevereiro de 2022. O episódio ressalta a volatilidade da guerra e suas repercussões diretas na segurança doméstica e na cena diplomática internacional.
O ataque e a resposta russa
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, comunicou pelo Telegram que quatro drones “voando em direção a Moscou” foram interceptados por sistemas de defesa antiaérea, sem registros de feridos ou danos materiais. Como precaução, o tráfego aéreo no aeroporto de Domodedovo ficou suspenso por cerca de 90 minutos, segundo a agência reguladora Rosaviatsia.
Divergência sobre o cessar‑fogo
A Rússia propôs uma trégua unilateral de 72 horas, com início previsto para 8 de maio, visando facilitar as celebrações na Praça Vermelha. No entanto, Kiev rejeitou a proposta, exigindo um cessar‑fogo de 30 dias para negociar termos de paz duradouros. O presidente Volodymyr Zelensky qualificou a oferta russa como “cínica”, ressaltando a contradição de pedir uma trégua enquanto as ofensivas russas continuam diariamente. Leia mais sobre o pedido de cessar-fogo de Zelensky aqui.
Intensificação em múltiplas frentes
Além de Moscou, autoridades russas relataram a derrubada de 17 drones na região de Bryansk e cinco em Kaluga durante a mesma madrugada. Na retaliação ucraniana, sistemas de defesa derrubaram 42 de 116 drones lançados sobre Kiev, resultando em onze feridos, entre eles duas crianças, e danos a edificações civis em Cherkasy.
Implicações geopolíticas
- Kremlin: apresenta o cessar‑fogo como gesto humanitário, mantendo a prerrogativa de reagir a ataques.
- Kiev: alerta para a insegurança de dignitários estrangeiros e insiste em trégua prolongada.
- EUA e UE: apoiam a proposta ucraniana de 30 dias e ponderam medidas punitivas adicionais contra Moscou.
O incidente evidencia como a guerra impacta diretamente eventos de alto simbolismo político, ao mesmo tempo em que reforça o impasse diplomático entre as partes e seus aliados.
Conclusão
O ataque de drones em Moscou, ainda que sem vítimas, expõe a fragilidade das tentativas de trégua e o profundo descompasso entre interesses russos e ucranianos. A disputa sobre a duração do cessar‑fogo reflete objetivos conflitantes: Moscou busca breves pausas para demonstrações de poder, enquanto Kiev exige garantias de segurança para avançar em negociações de paz. Com a guerra longe de findar, cada nova investida drones reitera que a normalidade permanecerá suspensa até que soluções políticas efetivas sejam alcançadas.
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