
Um míssil disparado pelos rebeldes Houthis do Iêmen caiu neste domingo nas imediações do Aeroporto Internacional de Ben Gurion, provocando pânico entre passageiros e criando uma nuvem de fumaça visível do terminal. O grupo, alinhado ao Irã, reivindicou o ataque como demonstração de solidariedade aos palestinos em Gaza.
Dinâmica do ataque e reivindicação
Segundo o porta‑voz militar houthi, Yahya Saree, o disparo foi intencionalmente direcionado ao “principal aeroporto de Israel”, que “não é mais seguro para viagens aéreas”. A ação faz parte de uma série de lançamentos de mísseis iniciados após o fim da trégua em Gaza, em março de 2025, e intensificados nas últimas semanas
Impacto imediato e resposta de segurança
Autoridades do aeroporto informaram que o míssil atingiu uma via de acesso junto ao estacionamento do Terminal 3, abrindo uma cratera de “dezenas de metros de diâmetro e profundidade”, conforme relato do comandante da polícia israelense, Yair Hetzroni. Não foram registrados danos estruturais ao terminal.
- Vítimas: O serviço de ambulâncias de Israel atendeu oito feridos leves a moderados, incluindo três com lesões na cabeça e membros.
- Operações de voo: Decolagens e pousos chegaram a ser suspensos por cerca de 30 minutos; em seguida, foram normalizados. Ainda assim, companhias como Air India, TUS Airways e Lufthansa cancelaram alguns voos, e rotas para Newark (EUA) e JFK tiveram atrasos de aproximadamente 90 minutos.
Reações oficiais e possível retaliação
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou: “Quem nos faz mal será castigado sete vezes mais”. O primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu convocou para hoje uma reunião de emergência com ministros de segurança e chefes militares para avaliar respostas. Fontes do Canal 12 de Israel indicam que planos para ampliar a ofensiva em Gaza estão praticamente finalizados.
Contexto geopolítico e humanitário
O ataque ocorre num momento de escalada regional, marcada por:
- Operações dos Houthis: Desde o final de 2023, o grupo tem lançado mísseis contra navios no Mar Vermelho e alvos em Israel, em retaliação à ofensiva israelense em Gaza, deflagrada após o ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel e mais de 50.000 palestinos mortos no enclave.
- Resposta dos EUA: Em março de 2025, os EUA bombardearam posições houthis no Iêmen — maior operação militar americana no Oriente Médio desde janeiro de 2021 — para proteger a navegação no Mar Vermelho e dissuadir novos ataques.
Análise das implicações
- Segurança aérea vulnerável: Mesmo com o sistema Iron Dome, o ataque expõe lacunas na defesa de infraestruturas civis críticas.
- Efeito psicológico: O acionamento de sirenes em Tel Aviv e Jerusalém e o pânico no terminal reforçam o impacto intimidatório desses disparos.
- Escalada de retaliações: A promessa de resposta “sete vezes” e a possível expansão da ofensiva em Gaza apontam para um ciclo de ação e reação, com risco de envolvimento indireto de Irã e EUA.
Atualização
- Sistemas de defesa adicionais: Hoje, o Exército de Israel anunciou a instalação de um novo radar de longo alcance no deserto da Judeia, visando melhorar a detecção precoce de mísseis vindos do sul (fonte militar israelense, comunicado interno).
- — Posicionamento da ONU: O Conselho de Segurança realizou sessão emergencial nesta manhã, pedindo moderação e alerta para o risco de crise humanitária ampliada em Gaza (declaração oficial da ONU).
Conclusão: Uma Escalada de Tensão no Oriente Médio
O ataque de míssil dos Houthis perto de Ben Gurion não é apenas um incidente isolado, mas um reflexo das crescentes tensões no Oriente Médio, onde múltiplos conflitos regionais se entrelaçam. Enquanto Israel se prepara para uma possível retaliação, a comunidade internacional observa atentamente as implicações dessa escalada.
O ataque reforça a vulnerabilidade de infraestruturas civis críticas, como aeroportos internacionais, que se tornam alvos de grupos não estatais cada vez mais ousados. A resposta de Israel, que já promete uma retaliação forte, e as ameaças contínuas dos Houthis sugerem que o ciclo de violência está longe de ser resolvido. O risco de um envolvimento maior de potências como os EUA e o Irã também aumenta, tornando o futuro da segurança regional incerto.
Por fim, enquanto o mundo aguarda uma solução diplomática para os conflitos em Gaza, Iémen e além, é essencial que se considere o impacto humanitário das ações de ambos os lados. A busca por paz permanece distante, enquanto os ataques continuam a intensificar a sensação de insegurança e instabilidade no Oriente Médio.
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