Ataque de Mísseis Russos em Dnipro Mata 17 e Reacende Apelo de Zelensky às Potências da OTAN

Socorristas carregam homem ferido após ataque com míssil russo a prédio residencial em Dnipropetrovsk, Ucrânia, em 24 de junho de 2025.
Socorristas transportam um homem ferido entre os escombros de um prédio residencial atingido por um míssil russo na região de Dnipropetrovsk, Ucrânia, em 24 de junho de 2025. Foto: Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia / via REUTERS.

Na manhã de terça-feira, 24 de junho de 2025, dois mísseis russos atingiram o coração de Dnipro e a cidade vizinha de Samar, deixando um rastro de destruição que matou ao menos 17 pessoas e feriu mais de 200, entre elas várias crianças. Em meio aos escombros, janelas estilhaçadas e fachadas semi-desabadas, o presidente Volodymyr Zelensky aproveitou o encontro de líderes da OTAN em Haia para reforçar seu apelo por mais investimento na indústria de defesa ucraniana e sanções mais duras contra o Kremlin.

O ataque em Dnipro e Samar

Na terça-feira, 24 de junho de 2025, por volta das 10h30 (horário local), um míssil russo atingiu o centro de Dnipro, próximo à estação ferroviária, espalhando estilhaços de vidro sobre passageiros de trens. Quinze pessoas morreram no local e mais de 200 ficaram feridas, entre elas 18 crianças, algumas em estado grave. Poucos minutos depois, um segundo projétil atingiu a cidade de Samar, a cerca de 10 km de distância, onde duas pessoas também perderam a vida e uma importante instalação de infraestrutura foi danificada.

Dezenas de edifícios residenciais, escolas e instalações comunitárias sofreram danos severos: fachadas foram arrancadas, carros ficaram destruídos e incêndios se alastraram em hotéis, restaurantes e condomínios. O prefeito Borys Filatov descreveu o episódio como um “volume de destruição sem precedentes” para Dnipro.

Impacto nas estruturas civis e religiosas

No centro histórico, a Catedral da Santa Trindade teve suas vitrais e portas explodidas durante uma celebração. O padre Serhii Narolskyi, que conduzia a missa, relatou:

“Em um piscar de olhos, perdi as janelas, as portas — tudo ficou parcialmente destruído.”

Escolas próximas também tiveram janelas estilhaçadas e corredores alagados pelo sistema de sprinklers acionado pelo impacto, agravando o cenário de caos e pânico entre professores e alunos.

Zelensky e o apelo à OTAN

No mesmo dia, em Haia, Zelensky discursou na cúpula da OTAN e reforçou o pedido de que cada país aliado dedique pelo menos 0,25% do PIB ao fortalecimento da indústria de defesa ucraniana. Seu objetivo é acelerar a produção doméstica de mísseis, munições e componentes eletrônicos, reduzindo a dependência de importações sujeitas a boicotes russos.

Em sua conta na rede X, escreveu:

“Não se trata de escolher um lado; estar ao lado da Ucrânia é defender vidas.”

Além disso, Zelensky buscou no encontro acordos de transferência de tecnologia e garantias de entrega mais rápidas de sistemas avançados de defesa aérea. Também estava prevista, na mesma semana, uma conversa bilateral com o presidente dos EUA, Donald Trump, para assegurar continuidade ao fornecimento de armamentos e aprimoramento das defesas antimísseis.

Escalada dos bombardeios russos

Os ataques de 24 de junho fazem parte de uma intensificação russa:

  • 17 de junho de 2025: Kiev sofreu um bombardeio com mais de 400 drones Shahed e 32 mísseis, deixando 16 mortos e cerca de 100 feridos, além de danificar um prédio residencial de nove andares.
  • 18 de junho de 2025: Novo ataque a Kiev resultou em 28 mortes, o mais letal do ano até então.

A combinação de drones de enxame, mísseis de cruzeiro e armas hipersônicas testa diariamente os limites do sistema ucraniano de defesa aérea.

Análise das consequências

  • Vulnerabilidade regional: Cidades industriais como Dnipro continuam expostas pela escassez de sistemas de defesa aérea em número suficiente para proteger tanto a capital quanto o interior.
  • Efeito psicológico: O terror causado por explosões sucessivas e destruição de locais civis mina a moral da população, impactando sua resiliência.
  • Logística comprometida: Danos a ferrovias e estradas dificultam a circulação de suprimentos militares e humanitários, criando gargalos críticos.
  • Pressão sobre aliados: O pedido de Zelensky por investimento direto na produção local de armamentos coloca a OTAN diante de um teste de compromisso real com a segurança europeia.

Conclusão

O ataque de 24 de junho em Dnipro é um lembrete brutal de que, na guerra moderna, nenhuma cidade está a salvo. O equilíbrio entre a determinação ucraniana de resistir e o suporte efetivo dos países aliados definirá os próximos capítulos deste conflito, cujo desfecho impactará a segurança de toda a Europa por décadas.

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