
Na manhã de 18 de junho de 2025, a capital ucraniana sofreu a ofensiva russa mais letal registrada neste ano. Em múltiplas ondas, 440 drones e 32 mísseis foram disparados contra alvos em Kiev, atingindo residências, escolas e infraestrutura crítica. O desabamento parcial de um prédio de nove andares no distrito de Solomianskyi deixou ao menos 28 mortos e mais de 130 feridos, aprofundando o trauma de uma população já exausta após três anos de guerra. Enquanto equipes de resgate vasculham os escombros e as autoridades contabilizam os danos, o governo ucraniano clama por reforço de defesa aérea e lamenta o impasse diplomático no qual permanece o conflito.
Contexto do Ataque
Na noite de 17 para 18 de junho, a Rússia lançou uma combinação inédita de drones Shahed e mísseis de cruzeiro e balísticos contra Kiev, visando simultaneamente 27 locais na cidade, incluindo escolas, hospitais e centrais de energia. O presidente Volodymyr Zelensky confirmou o uso de 440 drones e 32 mísseis na ação, que classificou como a mais extensa ofensiva aérea contra a capital neste ano.
Dinâmica da Ofensiva
As defesas antiaéreas ucranianas conseguiram interceptar parte dos alvos, mas não impediram o impacto devastador sobre um edifício residencial de nove andares em Solomianskyi. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o ataque mirou “objetos do complexo militar‑industrial” em Kiev e na região de Zaporizhzhia, embora não tenha apresentado provas de danos a instalações militares.
Impacto Humano
Até o encerramento das buscas na manhã de 18 de junho, o prefeito Vitali Klitschko confirmou que 28 pessoas perderam a vida — 23 delas encontradas sob os escombros do prédio e cinco em outros pontos da cidade — e mais de 130 ficaram feridas, muitas em estado grave. Em Odesa, um segundo ataque aéreo causado pela mesma ofensiva deixou duas vítimas fatais.
Reação da População
Moradores formaram correntes de solidariedade no local do desabamento, depositando flores, brinquedos e velas em memoriais improvisados ao redor dos escombros. A atendente de farmácia Alla Martyniuk, de 46 anos, desabafou:
“Uma nação que provoca tamanho sofrimento não tem direito de existir.”
Impasse Diplomático
Enquanto Kiev declarava luto oficial e baixava as bandeiras a meio‑mastro, o presidente Zelensky retornava precocemente da cúpula do G7 no Canadá, qualificando a diplomacia como “em crise” por não ter garantido novos pacotes de ajuda militar dos Estados Unidos, principal aliado de defesa da Ucrânia.
Perspectivas e Desafios
Analistas militares advertiram que a ofensiva russa tende a se intensificar durante o verão, aproveitando condições meteorológicas favoráveis para bombardeios de longo alcance. A Ucrânia pressiona por sistemas antiaéreos de última geração e reforço logístico, mas sem progressos concretos nas negociações de paz, o ciclo de ataques e retaliações pode se prolongar, agravando a crise humanitária no coração da Europa.
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