Noite de Escalada: O Maior Ataque Aéreo Russo e as Retaliações

Céu noturno sobre área urbana com névoa e iluminação suave, transmitindo atmosfera de tensão e expectativa.
Vista noturna de uma cidade sob névoa, sugerindo o clima de incerteza e tensão durante os ataques aéreos./ Viktor Talashuk

Na madrugada de 4 de julho de 2025, a Rússia deflagrou o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da invasão em fevereiro de 2022, empregando uma combinação sem precedentes de drones e mísseis. Em resposta, a Ucrânia protagonizou um contra‑ataque que atingiu o subestação elétrica em Sergiyev Posad, perto de Moscou, enquanto líderes mundiais discutiam reforços de defesa e sanções adicionais. Este artigo revisita as informações conhecidas, corrige eventuais imprecisões e incorpora dados recentes e confiáveis para oferecer um panorama completo, analítico e jornalístico dos desdobramentos.

O Maior Ataque Aéreo Russo

Na noite de 3 para 4 de julho, forças russas lançaram 539 drones e 11 mísseis balísticos e de cruzeiro contra múltiplas regiões da Ucrânia, sendo Kiev o principal alvo deste bombardeio em massa. Autoridades ucranianas qualificaram a ofensiva como “cínica” e sem sinais de trégua iminente.

Defesa Antiaérea e Impacto Civil

O Comando de Defesa Aérea da Ucrânia reportou ter interceptado 478 veículos aéreos não tripulados, evitando danos ainda maiores, embora 23 pessoas tenham ficado feridas em Kiev e um civil tenha sido morto pelo ataque. Cerca de 40 edifícios residenciais, escolas, estações ferroviárias e infraestrutura de transporte sofreram avarias, gerando incêndios localizados e interrupções de serviços essenciais.

Contra‑ataques Ucranianos em Solo Russo

Na mesma noite, a Ucrânia lançou um ataque com drones contra a subestação elétrica de Sergiyev Posad, distrito próximo a Moscou, deixando uma pessoa ferida e causando falta de energia em trechos do município, que abriga o histórico Mosteiro da Trindade de São Sérgio, Patrimônio Mundial da UNESCO. Em Rostov, uma mulher foi morta e mais de 100 moradores evacuados após destruição parcial de prédios residenciais, segundo o Ministério da Defesa russo.

Reações Políticas e Diplomáticas

O bombardeio se deu poucas horas após uma conversa telefônica entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, descrita por Trump como “sem progresso para a paz”. Em seguida, Trump falou com Volodymyr Zelensky, acordando em explorar o envio de sistemas Patriot e produção conjunta de armamentos na Europa. Zelensky qualificou o ataque russo como “terrorismo deliberado” e exigiu maior pressão internacional sobre Moscou.

Escalada da Guerra de Drones e Custos Humanos

Relatórios da Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU indicam que, entre fevereiro de 2022 e abril de 2025, foram registrados 3.030 vítimas civis (mortos e feridos) em ataques de drones de curto alcance na Ucrânia, destacando o caráter letal e recorrente desse armamento contra populações urbanas e infraestrutura civil. Só em junho de 2025 foram contabilizados 5.438 drones lançados pelos russos, um recorde mensal que supera em 1.240 unidades o pico anterior de março deste ano.

Perspectivas Geopolíticas e Próximos Passos

Em resposta à intensificação, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos avançam em negociações para fornecimento de sistemas de defesa aérea, incluindo Patriot e SAMP/T, apoiados por consórcios europeus. Está marcado para 10 de julho de 2025 um encontro europeu co‑presidido por Emmanuel Macron e Keir Starmer, com o objetivo de coordenar novo pacote de ajuda militar à Ucrânia e endurecer sanções econômicas contra a Rússia.

Conclusão

O episódio de 4 de julho expôs não apenas a escalada ofensiva russa em termos de volume e sofisticação de drones, mas também a capacidade ucraniana de projetar poder de resposta sobre solo russo. No médio prazo, a evolução da guerra de drones e a coordenação internacional de defesa aérea e sanções econômicas deverão influenciar decisivamente o curso do conflito.

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