Ataques Aéreos em Gaza: Bombardeios a Escola e Hospital Infantil Deixam Vítimas e Destruição

Palestinos inspecionam os danos em uma escola que abriga pessoas deslocadas após ataque aéreo israelense em Gaza City, 23 de abril de 2025.
Palestinos inspecionam os danos causados por um ataque aéreo israelense em uma escola que servia como abrigo para famílias deslocadas em Gaza, 23 de abril de 2025. (REUTERS/Dawoud Abu Alkas)

Contexto e sequência dos eventos

Hoje, quarta-feira, 23 de abril de 2025, dois ataques aéreos israelenses atingiram áreas civis em Gaza, elevando o número de mortos naquele dia para 20. O primeiro bombardeio atingiu a Escola Yaffa, no bairro de Tuffah, em Gaza City, que funcionava como abrigo para famílias deslocadas. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 10 pessoas foram mortas quando tendas e salas de aula foram consumidas pelo fogo após o impacto da bomba.

Horas depois, um outro míssil atingiu o Durra Children’s Hospital, danificando a unidade de terapia intensiva e destruindo o sistema de painéis solares que fornecia energia ao prédio. Não houve vítimas fatais no hospital, mas o dano agrava o colapso do sistema de saúde local, já pressionado pela falta de combustível e suprimentos desde o início do bloqueio israelense em março .

Impacto humanitário

Escola Yaffa: abrigo que virou alvo

  • Vítimas: 10 mortos, incluindo crianças; dezenas de feridos.
  • Descrição do local: Salas de aula convertidas em dormitórios; tendas montadas no pátio.
  • Relato de testemunha:
    “Encontramos crianças carbonizadas, homens carregando corpos, e todos clamavam: ‘Só Deus nos resta’.”
    Um Mohammed Al-Hwaiti, moradora local .

Hospital Infantil Durra

  • Danos: Unidade de terapia intensiva comprometida; sistema solar destruído.
  • Consequência: Sem energia de reserva, o hospital fica vulnerável a falhas de gerador, ameaçando a vida de pacientes críticos.
  • Comentário de especialista:
    “Atacar infraestruturas médicas viola o Direito Internacional Humanitário e agrava uma catástrofe já em curso.”
    Dra. Lina Abu Khalil, pesquisadora de direitos humanos .

Impacto psicológico nas crianças

Considerando que ataques atingiram um hospital infantil e uma escola abrigando famílias deslocadas, o trauma psicológico entre os menores é profundo. Segundo a psicóloga Amal Khamis, que presta atendimento em Gaza, crianças expostas a bombardeios podem desenvolver transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade crônica e regressão em desenvolvimento. “Elas vivenciam medo constante, insônia e pesadelos, e muitas perdem a capacidade de brincar ou confiar em adultos”, afirma Khamis .

ONGs locais relatam um aumento de casos de crianças desnutridas e depressivas, sem acesso a apoio psicológico adequado devido à destruição de centros de saúde mental e à escassez de profissionais.

Comparação com outros conflitos

Este tipo de ataque deliberado contra civis e hospitais não é único em Gaza. Em conflitos passados, como na Síria (Aleppo, 2016–2017), ataques a hospitais e centros de saúde foram amplamente documentados, levantando questões sobre as normas de guerra e a proteção de civis em zonas de conflito. Em Aleppo, a destruição de instalações médicas contribuiu para o colapso do atendimento de emergência, resultando em milhares de mortes evitáveis .

Propostas de solução e medidas a serem tomadas

O futuro de Gaza depende da ação coordenada da comunidade internacional. Algumas medidas recomendadas por analistas e ONGs:

  1. Cessar-fogo imediato e duradouro, negociado sob supervisão da ONU, com garantias de monitoramento internacional.
  2. Corredores humanitários seguros para entrada de alimentos, medicamentos, combustível e equipamentos de resgate, sem interferência militar.
  3. Reparação de infraestruturas críticas, incluindo hospitais, escolas e redes de eletricidade, com financiamento de agências multilaterais.
  4. Assistência psicológica de emergência, com envio de equipes de saúde mental especializadas para atender crianças e famílias traumatizadas.
  5. Pressão diplomática sobre os envolvidos para responsabilização de possíveis crimes de guerra e para promoção de um acordo político de longo prazo.

“Mais do que nunca, é urgente uma pressão diplomática eficaz para garantir um cessar-fogo duradouro, além de assegurar o acesso humanitário irrestrito para que civis possam receber cuidados médicos e alimentos.”

Relatos de ONGs sobre ajuda humanitária

A ONG Médicos Sem Fronteiras, presente em Gaza, relatou dificuldades extremas para operar devido à destruição de infraestruturas e ao bloqueio de suprimentos.

“Estamos trabalhando com o que temos, mas as condições são insustentáveis para salvar todas as vidas que estão em risco”, disse um porta-voz da organização .

A Cruz Vermelha Internacional também alertou para o risco de colapso total do sistema de saúde, pedindo autorização imediata para entrada de geradores e medicamentos.

Conclusão

Os ataques de 23 de abril de 2025 intensificam a crise humanitária em Gaza, com consequências dramáticas para civis, especialmente crianças. A destruição de abrigos e hospitais infantis amplia não apenas a taxa de mortalidade, mas também a devastação psicológica de uma geração. Sem ações coordenadas — diplomáticas, humanitárias e de reconstrução —, o ciclo de violência e sofrimento continuará a se agravar.

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