Reino Unido Prepara Auditoria Estratégica sobre Relações com a China para Junho de 2025

Bandeiras da China e do Reino Unido durante o Diálogo Energético China-Reino Unido em Pequim, março de 2025.
Bandeiras da China e do Reino Unido na cerimônia do Diálogo Energético entre os dois países em Pequim, 17 de março de 2025.REUTERS/Florence Lo/Pool/File Photo

O governo de Keir Starmer encomendou a primeira auditoria em profundidade de seu relacionamento com a China, cuja divulgação está prevista para o início de junho de 2025. A iniciativa visa equilibrar a ambição de estreitar laços comerciais com preocupações crescentes de segurança nacional e influência geopolítica.

Contexto e Motivação

  • Ameaça de Longo Prazo: Em 2022, os serviços de inteligência britânicos identificaram Pequim como a principal ameaça estratégica ao Reino Unido, destacando a dificuldade de decifrar suas intenções.
  • Mudança de Rumo: Encomendada logo após a posse de Starmer em julho de 2024, a auditoria sinaliza uma reorientação da diplomacia econômica, diante de anos de tensões com governos conservadores sobre direitos humanos e Hong Kong.
  • Coesão com Defesa: Será alinhada à revisão da Estratégia Nacional de Defesa, reforçando a sinergia entre políticas militar e diplomática.

Dados Quantitativos e Análise de Variações

A evolução do comércio bilateral (2020–2024) reflete os altos e baixos recentes:

AnoVolume (bi GBP)Variação (%)Comentário
202060Comércio pré‑pandemia, ainda estável.
202155−8,3 %Queda pós‑COVID, resposta às rupturas em cadeias de suprimento.
202258+5,5 %Reabertura gradual de fronteiras e retomada de negócios.
202362+6,9 %Impulso em setores como energia verde e telecomunicações 5G.
202465+4,8 %Consolidação da recuperação, com novos investimentos privados e públicos.

A recuperação contínua desde 2022 demonstra o apetite pelo mercado chinês, embora permeado por cautela regulatória.

Depoimentos e Entrevistas

Dr. Emily Reid, analista sênior do Chatham House:
“O relatório precisa equilibrar oportunidades de mercado e proteção de infraestruturas críticas, especialmente nas áreas de tecnologia sensível.”

James Li, CEO de empresa exportadora em Xangai:
“Vemos crescimento em tecnologias limpas, mas aguardamos diretrizes claras sobre segurança de dados e propriedade intelectual.”

Estudos de Caso

Energia Renovável (“Green Ports”)

  • Sob financiamento chinês, portos do sudeste inglês aumentaram em 30 % a importação de componentes de turbinas eólicas.
  • Implementação 5G
  • Operadora britânica utilizou equipamentos de fornecedor chinês; investigação de riscos levou a restrições parciais, porém o contrato só expira em 2026.

Análise de Cenários

  • Otimista: Parcerias comerciais se aprofundam com regulamentação rigorosa em setores estratégicos.
  • Manutenção dos “Três Cs” (Challenge, Compete, Cooperate)/(Desafiar, Competir e Cooperar), com pequenas liberalizações controladas.
  • Pessimista: Ampliação de sanções e filtros de segurança nacional em investimentos chineses.

Impacto Geopolítico

  • OTAN e Defesa Cibernética: Recomendações podem reforçar acordos com aliados para proteger redes críticas.
  • Soft Power Britânico: Demonstra balanço entre defesa de valores democráticos e busca de ganhos econômicos.
  • Relação com os EUA: Ajustes futuros provavelmente seguirão a linha de Washington, mantendo influência transatlântica.

Desdobramentos Recentes

  • Novo Embaixador em Pequim: Peter Wilson, falando mandarim e com vasta experiência diplomática, assumirá o posto em agosto de 2025, sinalizando continuidade na aproximação bilateral.
  • Perspectivas Econômicas da China: Após a recente pausa tarifária com os EUA, bancos de investimento elevaram suas projeções de PIB chinês para 2025, agora em torno de 4,3 % a 4,5 % ﹘ reflexo de uma política externa mais estável e acordos comerciais em negociação.

Conclusão

Com divulgação agendada para início de junho de 2025, a auditoria se tornará peça-chave para definir a próxima década das relações entre Reino Unido e China. Seu resultado guiará decisões em defesa, investimento e diplomacia, num delicado ato de equilibrar oportunidade econômica e segurança nacional.

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