
No próximo domingo, 17 de agosto de 2025, cerca de 7,9 milhões de eleitores irão às urnas para escolher presidente, vice e legisladores. As eleições Bolívia 2025 ocorrem em um momento crítico: o país enfrenta a pior crise econômica boliviana em duas décadas, com inflação na casa dos 24–25%, reservas cambiais pressionadas e desabastecimento de combustíveis.
“Estamos diante de um momento em que o voto não é apenas uma escolha política, é um grito por estabilidade e oportunidades”, afirmou a cientista política Mariana Rojas, da Universidade Mayor de San Andrés, ao resumir o clima nas ruas de La Paz.
O enfraquecimento do MAS e a ausência de Arce e Morales
O governista Movimento ao Socialismo (MAS), que dominou a política nacional por quase 20 anos, chega fragilizado. O atual presidente Luis Arce decidiu não disputar a reeleição, e Evo Morales foi impedido judicialmente de concorrer. Sem espaço na disputa, Morales optou por pedir voto nulo — gesto que pode reduzir a participação efetiva da base tradicional do partido e abrir caminho para a oposição.
Candidatos presidenciais Bolívia 2025: disputa pela mudança
As pesquisas mais recentes colocam na dianteira dois nomes de oposição:
- Samuel Doria Medina — empresário de centro-direita, com propostas de privatização parcial de estatais e atração de investimentos estrangeiros.
- Jorge “Tuto” Quiroga — ex-presidente conservador, defensor de acordos de livre comércio e abertura de mercados.
Ambos se apresentam como a antítese do modelo econômico vigente e prometem romper com as políticas intervencionistas do MAS. Segundo analistas, o cenário mais provável é um segundo turno entre os dois em 19 de outubro, já que nenhum deve conquistar a maioria absoluta neste domingo.
Crise econômica boliviana: pano de fundo decisivo
O desgaste do governo Arce foi amplificado pela combinação de inflação alta, escassez de combustíveis e queda nas exportações de gás natural. Relatórios do FMI alertam para vulnerabilidades fiscais e cambiais, indicando necessidade urgente de reformas. Essa conjuntura transformou a economia no tema central da campanha e favoreceu candidatos que defendem mudanças rápidas.
Juventude como força eleitoral
Mais da metade do eleitorado tem até 35 anos. Essa juventude decisiva nas urnas é alvo de estratégias inovadoras: transmissões ao vivo, eventos que mesclam política e música, e campanhas digitais agressivas. Apesar do engajamento online, especialistas alertam que a abstenção ainda é um risco — principalmente entre jovens que não se identificam com os nomes tradicionais.
O trunfo do lítio
A Bolívia abriga uma das maiores reservas de lítio do mundo, mineral estratégico para a indústria de baterias elétricas. O próximo presidente terá de decidir se mantém o controle estatal rígido ou se abre espaço para parcerias privadas e estrangeiras. Essa decisão pode redefinir a economia boliviana e posicionar o país como líder global na transição energética.
Riscos e expectativas
Observadores internacionais estarão presentes para garantir transparência, mas o ambiente polarizado e os apelos de Morales ao voto nulo podem gerar protestos se o resultado for apertado. Entre investidores e parceiros comerciais, há expectativa de que a eleição defina o ritmo e a direção das reformas — seja com abertura de mercado, seja com manutenção de barreiras.
Conclusão
As eleições Bolívia 2025 representam um divisor de águas. Entre a crise econômica boliviana, a influência do lítio e o peso da juventude, o país caminha para um resultado que vai muito além de escolher um presidente: está em jogo a própria trajetória política e econômica da Bolívia na próxima década.
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