
Na noite de 22 para 23 de junho de 2025, Kiev e suas regiões vizinhas foram alvo de uma massiva ofensiva aérea russa, composta por 352 drones e 16 mísseis. Apesar de as defesas antiaéreas ucranianas terem interceptado a grande maioria dos alvos, várias áreas residenciais e de infraestrutura civil sofreram ataques diretos, resultando em vítimas fatais e deixando dezenas de feridos. Este artigo oferece uma análise detalhada dos eventos, das respostas de defesa, do impacto humano, das implicações geopolíticas e do contexto mais amplo, atualizando números e informações recentemente divulgadas.
Contexto Estratégico
- Estagnação das negociações de paz: Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, avanços diplomáticos têm sido escassos.
- Cúpula da Otan em Haia (24–25 de junho de 2025): A reunião busca fortalecer a coesão da Aliança e definir metas de gastos militares, mas pode ser ofuscada por tensões internas e pela postura do governo Trump e suas recentes ações contra o Irã.
- Visita de Zelensky ao Reino Unido: Antes do ataque, o presidente Volodymyr Zelensky esteve em Londres discutindo novo pacote de defesa e sanções adicionais contra a Rússia.
Dinâmica do Ataque
- Lançamento: Moscou mobilizou 352 drones de ataque e 16 mísseis balísticos e de cruzeiro em ondas consecutivas.
- Interceptação: As defesas aéreas ucranianas derrubaram 339 drones (96%) e 15 dos 16 mísseis (94%) lançados, usando sistemas SAM modernizados e Contramedidas eletrônicas avançadas.
Impacto Humano e Material
- Vítimas Fatais: Sete civis morreram em Kiev, sendo seis no distrito Shevchenkivskyi, e um idoso na região metropolitana.
- Feridos: Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas em Kiev, incluindo quatro crianças. Na região externa, oito pessoas sofreram ferimentos leves a moderados.
- Estruturas Atingidas: Uma entrada de estação de metrô (refúgio civil), um ponto de ônibus, prédios residenciais e instalações do Kiev Polytechnic Institute — piscina e dormitórios — sofreram destruição parcial.
- Depoimentos: “Era um inferno total”, relatou Valeriy Mankuta, após escapar de escombros de um prédio atingido diretamente.
- Tipo de Armamento: Autoridades ucranianas acusaram Moscou de empregar drones iranianos Shahed e mísseis balísticos norte-coreanos KN-23, intensificando preocupações sobre a aliança militar entre Rússia, Irã e Coreia do Norte.
Resposta das Forças Armadas Ucranianas
- Contra-Ataques Limitados: Após o bombardeio, a Ucrânia reportou operações de superfície e ataques de drones contra depósitos de armas russos no território ocupado.
- Fortalecimento Defensivo: Testes recentes de sistemas antiaéreos adquiridos via PAC-3 Patriot e Contramedidas eletrônicas interferem no controle e navegação dos drones inimigos.
Implicações Geopolíticas
- Cúpula da Otan: Em Haia, aliados debaterão metas de gastos militares de 5% do PIB e apoio logístico à Ucrânia, mas divergências internas podem limitar menções explícitas a Moscou e a Kiev.
- Apoio dos EUA: O governo Trump enfrenta críticas por foco no Irã e hesitação em acordar novo pacote de Patriots, deixando Kiev preocupada com continuidade do suprimento de defesa.
- Pressão sobre Moscou: Sanções adicionais e acusações de crimes de guerra poderão ser intensificadas, conforme Zelensky busca mobilizar a comunidade internacional.
Conclusão
O ataque de 23 de junho de 2025 evidencia tanto a capacidade russa de lançar ataques aéreos de larga escala quanto a robustez das defesas ucranianas. No entanto, o preço para a população civil permanece alto, reforçando a necessidade de avanços diplomáticos efetivos e de maior coesão internacional em defesa da Ucrânia.
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