
Na sexta-feira, 27 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou acreditar que um cessar‑fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza poderia ser alcançado “dentro da próxima semana”, sem, porém, detalhar com quem estava negociando ou quais termos estariam sendo discutidos. O anúncio ocorre num momento de crescente pressão diplomática e humanitária, enquanto o conflito, iniciado em outubro de 2023, já deixou mais de 56.000 mortos em Gaza e provocou denúncias de mortes de civis em filas de ajuda.
Declaração de Trump
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Trump afirmou:
“Eu acho que dentro da próxima semana vamos conseguir um cessar‑fogo.”
Segundo ele, a expectativa se baseava em conversas com “algumas das pessoas envolvidas” no processo de trégua, sem identificação das fontes.
- Avaliação de aliados
- O Ministério das Relações Exteriores do Qatar reconheceu que “há impulso para um acordo de trégua e troca de prisioneiros”, indicando o papel de Doha como mediador-chave nas conversas. Apesar disso, não há confirmação de negociações públicas ativas neste exato momento.
Posições de Israel e Hamas
Israel
- O premiê Benjamin Netanyahu mantém a exigência de que o Hamas seja completamente desarmado e que todos os reféns israelenses sejam liberados antes de suspender as operações militares.
- O ministro das Relações Estratégicas, Ron Dermer, deverá se reunir em Washington com autoridades dos EUA na próxima semana, possivelmente acompanhando um convite para uma visita de Netanyahu à Casa Branca.
Hamas
- Condiciona a trégua à retirada total das tropas israelenses de Gaza, ao fim do bloqueio e a garantias americanas de que o cessar‑fogo não será quebrado novamente.
- Oferece a libertação dos aproximadamente 50 reféns israelenses ainda detidos, desde o ataque de 7 de outubro de 2023, em troca de um fim permanente da ofensiva.
Crimes de Guerra e Impacto Humanitário
Mortes em pontos de ajuda
Desde o final de maio, quase 550 palestinos foram mortos por disparos das forças israelenses enquanto buscavam alimentos em centros operados pela Gaza Humanitarian Foundation, grupo apoiado pelos EUA e por Israel.
Acusações e reações internacionais
- Um relatório do Haaretz citou militares israelenses afirmando terem sido instruídos a atirar contra civis famintos, o que Israel nega categoricamente.
- O secretário‑geral da ONU, António Guterres, declarou: “Procurar comida nunca deve ser uma sentença de morte.”.
- Médicos Sem Fronteiras classificou a situação em Gaza como “um massacre travestido de ajuda humanitária”.
Dados gerais
Em 28 de junho de 2025, a Faixa de Gaza contabilizava mais de 56.000 mortes desde o início do conflito, sendo cerca de metade mulheres e crianças. Nas últimas 24 horas, ao menos 62 pessoas foram mortas em bombardeios israelenses, segundo autoridades de saúde locais.
Perspectivas para o Fim do Conflito
- Pressão das negociações regionais
Acordos de normalização entre Israel e países árabes, intermediados pelos EUA, podem servir de moeda de troca para convencer Netanyahu a aceitar um cessar‑fogo. - Influência diplomática externa
O recente cessar‑fogo entre Israel e Irã e a possibilidade de novas sanções ou incentivos econômicos aos dois lados podem acelerar um entendimento. - Riscos de um novo colapso
Sem confiança mútua nem garantias de proteção a civis, qualquer trégua corre alto risco de terminologia prematura, como já ocorreu em março de 2025.
Conclusão
A confiança manifestada por Trump sobre um cessar‑fogo em Gaza “na próxima semana” reflete tanto o esforço diplomático dos EUA quanto a urgência humanitária na região. Contudo, as divergências profundas entre Israel e Hamas, aliadas às denúncias de crimes de guerra e ao colapso frequente de negociações, mantêm o desfecho ainda incerto. A comunidade internacional acompanha atentamente, ciente de que somente um acordo robusto, com garantias claras para civis e mecanismos de fiscalização, poderá estabelecer uma paz sustentada.
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