China Alerta para Riscos de Segurança com Patrulha dos EUA no Estreito de Taiwan

O destróier USS Ralph Johnson (DDG 114), da classe Arleigh Burke e equipado com mísseis guiados, realiza operações de rotina no Estreito de Taiwan, em setembro de 2023 [Divulgação/Marinha dos EUA via AP Photo]. Fonte: Al Jazeera
O destróier USS Ralph Johnson realiza operações de rotina no Estreito de Taiwan em setembro de 2023 [Divulgação/Marinha dos EUA via AP Photo]. Fonte: Al Jazeera

Em meio a um cenário geopolítico cada vez mais tenso no Indo-Pacífico, autoridades chinesas manifestaram preocupação com a recente passagem de navios da Marinha dos Estados Unidos pelo Estreito de Taiwan, qualificando a operação de arriscada para a segurança regional.

Entre segunda e quarta-feira, a China monitorou os movimentos do destróier USS Ralph Johnson e do navio de pesquisa USNS Bowditch enquanto ambos navegavam pelo canal internacional. O Exército de Libertação Popular (PLA) criticou veementemente a ação, afirmando que “essa operação envia sinais equivocados e aumenta os riscos de segurança”. Em resposta, os EUA defenderam a manobra como parte de exercícios de liberdade de navegação, praticados regularmente na área.

O Estreito de Taiwan, com aproximadamente 180 km de largura, é uma rota marítima de importância estratégica global. Embora a Marinha dos EUA destaque que a travessia ocorreu em águas internacionais, Pequim insiste que a região faz parte de seu território – uma posição que contrasta com a definição da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a qual limita as águas territoriais a 12 milhas náuticas a partir da costa.

Além dos Estados Unidos, nações aliadas, como França, Holanda e o Japão, também realizam exercícios de navegação na região, reforçando o debate sobre soberania e liberdade de circulação em um dos pontos mais disputados do globo.

Do lado de Pequim, representantes do governo reafirmam que Taiwan é um interesse vital para a China e que qualquer interferência externa será firmemente combatida. Com frequentes incursões aéreas e navais – táticas conhecidas como “zona cinzenta” – a China tem demonstrado sua determinação em reafirmar suas reivindicações sobre Taiwan, ameaçando até mesmo recorrer à força para anexar a ilha até 2047.

Enquanto isso, o Comandante da Força do Indo-Pacífico dos EUA, Matthew Comer, destacou que o corredor utilizado para a travessia está fora das águas territoriais de qualquer Estado costeiro, enfatizando o direito dos Estados Unidos de realizar exercícios de navegação em vias internacionais.

A controvérsia em torno da patrulha reflete as profundas divergências entre as potências regionais quanto à interpretação do direito marítimo e das soberanias territoriais. Com a intensificação das atividades militares e o aumento das tensões, o Estreito de Taiwan permanece como um dos pontos críticos para a estabilidade e a segurança no Indo-Pacífico.

À medida que os interesses estratégicos se chocam, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, ciente de que a maneira como essas disputas forem gerenciadas poderá definir o rumo das relações na região nos próximos anos.

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