
Em um movimento estratégico para reforçar sua influência econômica na região do Sudeste Asiático, a China está intensificando os esforços para que a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) finalize a atualização de seu acordo de livre comércio, conhecido como versão 3.0, até o final de 2025. Essa iniciativa ocorre em um contexto de crescente pressão tarifária imposta pelos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, e reflete a busca da China por diversificar seus mercados de exportação e fortalecer laços regionais.
O Novo Acordo: Versão 3.0
Concluídas em maio de 2025, as negociações para a atualização do pacto comercial entre China e ASEAN visam expandir a cooperação para setores estratégicos como agricultura, economia digital e farmacêutico. O vice-ministro do Comércio da China, Yan Dong, enfatizou a importância de assinar formalmente o protocolo de atualização até o final do ano, destacando que “China e ASEAN insistem na cooperação multilateral para manter a estabilidade e o bom funcionamento das cadeias industriais regionais”.
Impacto das Tarifas dos EUA
As tarifas impostas pelos Estados Unidos, sob a administração Trump, têm afetado significativamente o comércio global. Em julho de 2025, as exportações chinesas para a ASEAN aumentaram 22,5%, atingindo US$ 57,1 bilhões, enquanto as exportações para os EUA caíram 33,1%, totalizando US$ 31,6 bilhões. Esse cenário destaca a crescente importância da ASEAN como principal destino das exportações chinesas, superando os EUA.
Objetivos Estratégicos da China
A atualização do acordo visa não apenas ampliar o acesso da China a mercados agrícolas e farmacêuticos da ASEAN, mas também posicionar o país como um defensor do comércio multilateral em contraste com as políticas tarifárias dos EUA. Além disso, a China busca fortalecer sua presença econômica na região por meio de novos corredores comerciais terrestres e marítimos, promovendo maior conectividade e integração regional.
Desafios e Oportunidades
Apesar dos avanços nas negociações, a assinatura formal do acordo enfrenta desafios, como a necessidade de aprovação por parte dos líderes da ASEAN, prevista para outubro de 2025. Além disso, a adesão da China a acordos de maior padrão, como o Acordo Abrangente e Progressivo de Parceria Transpacífico (CPTPP), pode exigir decisões políticas complexas, refletindo as intricadas relações comerciais internacionais.
Conclusão
A pressão da China sobre a ASEAN para concluir a atualização do pacto comercial reflete uma estratégia deliberada para fortalecer laços econômicos regionais em meio a um ambiente global de crescente protecionismo. A assinatura formal do acordo ainda depende de processos internos da ASEAN, mas a iniciativa destaca a busca da China por consolidar sua posição como líder no comércio multilateral e sua determinação em diversificar suas parcerias econômicas frente às políticas comerciais dos EUA, sob a administração Trump.
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