
Nesta quinta-feira, 12 de junho de 2025, a China confirmou oficialmente o acordo comercial anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após telefonema entre Trump e Xi Jinping em 5 de junho. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, sublinhou que “a China sempre cumpre sua palavra” e conclamou ambas as partes a respeitar integralmente os termos do consenso.
Contexto e evolução das negociações
O confronto comercial entre as duas maiores economias mundiais teve avanços e recuos desde o início de 2025. Em março, um acordo preliminar em Genebra visava reduzir retaliações tarifárias, mas emperrou por divergências sobre controles chineses a minerais estratégicos. Em resposta, Washington ampliou restrições de exportação a software de design de semicondutores e componentes aeroespaciais fabricados na China.
- Março de 2025: Acordo preliminar em Genebra.
- Abril de 2025: Embate sobre cotas de exportação de terras raras e ímãs.
- Maio de 2025: EUA impõem novas restrições a semicondutores e peças aeroespaciais.
- 5 de junho de 2025: Telefonema Trump–Xi.
- 12 de junho de 2025: China oficializa o entendimento e apela ao cumprimento mútuo.
Declarações oficiais e escopo do acordo
Lin Jian afirmou:
“Agora que um consenso foi alcançado, ambas as partes devem cumpri-lo integralmente. A China sempre manteve sua palavra e entregou resultados.”
Do lado americano, Trump declarou:
“O acordo está fechado, sujeito à aprovação final mútua. Ímãs completos e quaisquer terras raras necessárias serão fornecidos antecipadamente pela China. Da mesma forma, cumpriremos o que foi combinado, incluindo a recepção de estudantes chineses em nossas universidades.”
Apesar do tom conciliatório, não há detalhamento sobre mecanismos de verificação, cronogramas de entrega ou volumes exatos de comércio.
Estrutura tarifária
A tarifa de 55% anunciada pelo governo Trump se desdobra em:
- 10% de tarifa recíproca aplicada a produtos de quase todos os parceiros comerciais dos EUA;
- 20% sobre importações chinesas relacionadas ao combate ao fluxo de fentanil;
- 25% de tarifa base vigentes desde 2018.
Para a China, a alíquota de 10% incidirá sobre um leque ainda não especificado de bens importados.
Desafios na implementação
O ponto mais sensível permanece a emissão de licenças de exportação de minerais estratégicos, sobretudo terras raras. He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, declarou que os processos de exame e aprovação serão fortalecidos, mas não detalhou quantos alvarás seriam emitidos.
Especialistas alertam que a China controla cerca de 80% do mercado global de terras raras, conferindo-lhe influência decisiva sobre cadeias de suprimento tecnológicas.
Cenários futuros
- Otimista: implementação rápida com fluxo estável de terras raras e reciprocidade tarifária, gerando equilíbrio comercial.
- Cauteloso: entraves burocráticos atrasam licenças, reativando retaliações tarifárias.
- Escalada: disputa sobre prazos e volumes resulta em novas tarifas e retomo da guerra comercial.
Conclusão
O entendimento China–EUA representa um avanço temporário, dependente de estruturas claras de monitoramento. O êxito ou fracasso do acordo será definido pela capacidade de ambos os governos transformarem compromissos em práticas concretas, evitando ciclos de tensões.
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