Reação ao Sistema de Mísseis Typhon: China Solicita Retirada do Japão

Sistema de mísseis Typhon lançando um míssil SM-6 em exercício militar.
O sistema Typhon realiza o lançamento de um míssil SM-6, demonstrando sua capacidade de ataque de médio alcance.

No dia 15 de setembro de 2025, o Exército dos EUA revelou pela primeira vez o sistema de mísseis Typhon em uma base militar no Japão, durante os exercícios conjuntos anuais “Resolute Dragon”. Este movimento provocou uma reação imediata da China, que solicitou formalmente à Washington e Tóquio a retirada do sistema da região. O Typhon é um sistema de lançamento terrestre móvel capaz de disparar mísseis Tomahawk e SM-6, com alcance que pode atingir a costa leste da China, intensificando as tensões geopolíticas no Indo-Pacífico.

O Sistema de Mísseis Typhon

O Typhon, também conhecido como Sistema de Fogo Estratégico de Médio Alcance (SMRF), é uma plataforma móvel desenvolvida pelo Exército dos EUA para fornecer capacidades de ataque de médio alcance. Utilizando lançadores baseados em caminhões HEMTT, cada bateria do Typhon inclui quatro lançadores, com capacidade total para 16 mísseis. O sistema pode disparar mísseis Tomahawk, com alcance aproximado de 1.600 km, e SM-6, com alcance superior a 200 km. Essa versatilidade permite que o Typhon atinja alvos a distâncias significativas, incluindo áreas sensíveis na região do Indo-Pacífico.

Exercícios “Resolute Dragon” e Desdobramento no Japão

Os exercícios “Resolute Dragon”, realizados entre os dias 12 e 25 de setembro de 2025, envolveram mais de 19.000 militares dos EUA e do Japão, com foco na defesa marítima e proteção litorânea. Durante esses exercícios, o sistema Typhon foi exibido pela primeira vez no Japão, embora não tenha sido utilizado em testes de lançamento. A presença do sistema é vista como uma demonstração de força e um reforço à postura de dissuasão contra a crescente assertividade militar da China.

Reação da China

Em resposta ao desdobramento do Typhon, o Ministério das Relações Exteriores da China reiterou seu pedido para que os EUA e o Japão retirem o sistema da região, considerando-o uma ameaça à segurança regional e um fator de escalada das tensões militares. O porta-voz chinês Lin Jian enfatizou a necessidade de respeitar as preocupações de segurança de outros países e agir de maneira construtiva para promover a paz e a estabilidade regional.

Implicações Geopolíticas

Intensificação da Corrida Armamentista

A introdução do Typhon no Japão ocorre em um contexto de crescente militarização da região. Além do Japão, países como Taiwan e as Filipinas estão ampliando seus arsenais militares, muitas vezes com apoio dos EUA. A presença do Typhon reforça a postura de dissuasão dos EUA, mas também é vista por adversários como a China como uma provocação, potencialmente desencadeando uma nova corrida armamentista no Indo-Pacífico.

Reforço da “Primeira Cadeia de Ilhas”

O desdobramento do Typhon no Japão e nas Filipinas reflete a estratégia dos EUA de fortalecer a “Primeira Cadeia de Ilhas”, uma linha de defesa composta por ilhas que se estendem do Japão até o sudeste asiático. Esta estratégia visa conter a expansão militar da China e garantir a liberdade de navegação nas águas disputadas do Mar do Sul da China.

Desafios à Diplomacia Regional

A presença do Typhon no Japão e nas Filipinas pode complicar os esforços diplomáticos para resolver disputas regionais. A China vê essas movimentações como uma interferência em sua esfera de influência, enquanto os EUA e seus aliados argumentam que tais medidas são necessárias para garantir a segurança e a estabilidade regional frente às ações da China.

Conclusão

O desdobramento do sistema de mísseis Typhon no Japão, durante os exercícios “Resolute Dragon”, representa uma mudança significativa na postura militar dos EUA na região do Indo-Pacífico. Enquanto os EUA e o Japão veem essa movimentação como uma medida de dissuasão contra a crescente assertividade da China, Pequim considera a presença do Typhon uma ameaça à sua segurança nacional. Esse episódio destaca as complexas dinâmicas de segurança na região e a necessidade de equilibrar defesa e diplomacia para evitar uma escalada nas tensões militares.

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