Israel e Irã: Escalada de Guerra e Cenários Futuros

Fumaça sobe após ataque israelense em Teerã, Irã, em 18 de junho de 2025.
Fumaça densa se eleva no céu de Teerã após bombardeio realizado por Israel contra instalações estratégicas iranianas, em 18 de junho de 2025. Foto: Majid Asgaripour/WANA via REUTERS.

Em meados de junho de 2025, a tensão entre Israel e Irã atingiu um patamar inédito desde 1979, quando Tel Aviv lançou ataques aéreos contra as principais instalações nucleares iranianas e Teerã retaliou com mísseis e drones que atingiram alvos civis e militares em solo israelense. Este artigo revisado apresenta um panorama atualizado dos desdobramentos militares, integra informações recentes e analisa possíveis caminhos para um desfecho diplomático ou a continuação do conflito.

Resumo Executivo

Israel concentrou seus ataques em Natanz, Isfahan e Khondab, com o objetivo declarado de degradar o programa nuclear iraniano. Em retaliação, o Irã disparou mísseis balísticos e drones, causando danos significativos a instalações hospitalares em Beersheba e a edifícios residenciais em Ramat Gan.

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a campanha visa criar condições para que o regime de Ali Khamenei seja forçado a concessões fundamentais, enquanto autoridades iranianas ameaçam fechar o Estreito de Ormuz, afetando diretamente a segurança energética global.

Até o momento, as hostilidades não dão sinais de trégua, e a comunidade internacional mantém-se dividida entre apelos por contenção e a possibilidade de intervenção de terceiros em apoio a Israel ou ao Irã.

Desdobramentos Militares Recentes

  • Ataques de Israel: Jatos F-35 e drones Hermes bombardearam as usinas de Natanz (enriquecimento), Isfahan (conversão de urânio) e Khondab (fabricação de centrífugas). Fontes iranianas confirmaram explosões simultâneas em vários distritos de Teerã, mas mantêm sob sigilo o número de vítimas.
  • Retaliação iraniana: A Guarda Revolucionária lançou mísseis Fateh e drones Shahed contra alvos em Beersheba, incluindo o Soroka Medical Center, que teve alas destruídas e 40 feridos, segundo relato da administração hospitalar. Em Ramat Gan, um projétil atingiu um bloco residencial, causando pânico entre moradores.
  • Alerta no Golfo Pérsico: Com a ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz—por onde circulam 20% do petróleo global—marinhas estrangeiras, especialmente a americana, aumentaram a presença naval para escoltar petroleiros pela rota alternativa do Golfo de Omã.

Perspectivas de Desfecho

  1. Negociações Mediadas: A União Europeia e países do Golfo têm oferecido sua mediação em Omã ou Turquia, propondo um cessar-fogo condicionado à suspensão mútua de ataques e compensações humanitárias.
  2. Guerra Regional Ampliada: Caso o Hezbollah ou milícias sírias se envolvam diretamente, o confronto bilateral poderá se expandir, envolvendo Iraque e Iêmen e levando a um conflito em múltiplas frentes.
  3. Dissuasão Nuclear: A destruição parcial da infraestrutura iraniana não garante eliminação completa do programa nuclear; analistas defendem a criação de zonas livres de mísseis e a volta ao Pacto de Não Proliferação sob supervisão do AIEA como caminho mais seguro.

Conclusão

A escalada militar entre Israel e Irã permanece sem resolução à vista. Enquanto Tel Aviv pressiona por mudanças estruturais no regime de Teerã, o governo iraniano demonstra disposição em usar sua influência estratégica—do Golfo Pérsico ao Líbano—para resistir. A pressão diplomática internacional será crucial nas próximas semanas para evitar que o conflito se torne um enfrentamento regional aberto, colocando em risco não apenas a segurança energética, mas a estabilidade global.

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