
Em meados de junho de 2025, a tensão entre Israel e Irã atingiu um patamar inédito desde 1979, quando Tel Aviv lançou ataques aéreos contra as principais instalações nucleares iranianas e Teerã retaliou com mísseis e drones que atingiram alvos civis e militares em solo israelense. Este artigo revisado apresenta um panorama atualizado dos desdobramentos militares, integra informações recentes e analisa possíveis caminhos para um desfecho diplomático ou a continuação do conflito.
Resumo Executivo
Israel concentrou seus ataques em Natanz, Isfahan e Khondab, com o objetivo declarado de degradar o programa nuclear iraniano. Em retaliação, o Irã disparou mísseis balísticos e drones, causando danos significativos a instalações hospitalares em Beersheba e a edifícios residenciais em Ramat Gan.
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a campanha visa criar condições para que o regime de Ali Khamenei seja forçado a concessões fundamentais, enquanto autoridades iranianas ameaçam fechar o Estreito de Ormuz, afetando diretamente a segurança energética global.
Até o momento, as hostilidades não dão sinais de trégua, e a comunidade internacional mantém-se dividida entre apelos por contenção e a possibilidade de intervenção de terceiros em apoio a Israel ou ao Irã.
Desdobramentos Militares Recentes
- Ataques de Israel: Jatos F-35 e drones Hermes bombardearam as usinas de Natanz (enriquecimento), Isfahan (conversão de urânio) e Khondab (fabricação de centrífugas). Fontes iranianas confirmaram explosões simultâneas em vários distritos de Teerã, mas mantêm sob sigilo o número de vítimas.
- Retaliação iraniana: A Guarda Revolucionária lançou mísseis Fateh e drones Shahed contra alvos em Beersheba, incluindo o Soroka Medical Center, que teve alas destruídas e 40 feridos, segundo relato da administração hospitalar. Em Ramat Gan, um projétil atingiu um bloco residencial, causando pânico entre moradores.
- Alerta no Golfo Pérsico: Com a ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz—por onde circulam 20% do petróleo global—marinhas estrangeiras, especialmente a americana, aumentaram a presença naval para escoltar petroleiros pela rota alternativa do Golfo de Omã.
Perspectivas de Desfecho
- Negociações Mediadas: A União Europeia e países do Golfo têm oferecido sua mediação em Omã ou Turquia, propondo um cessar-fogo condicionado à suspensão mútua de ataques e compensações humanitárias.
- Guerra Regional Ampliada: Caso o Hezbollah ou milícias sírias se envolvam diretamente, o confronto bilateral poderá se expandir, envolvendo Iraque e Iêmen e levando a um conflito em múltiplas frentes.
- Dissuasão Nuclear: A destruição parcial da infraestrutura iraniana não garante eliminação completa do programa nuclear; analistas defendem a criação de zonas livres de mísseis e a volta ao Pacto de Não Proliferação sob supervisão do AIEA como caminho mais seguro.
Conclusão
A escalada militar entre Israel e Irã permanece sem resolução à vista. Enquanto Tel Aviv pressiona por mudanças estruturais no regime de Teerã, o governo iraniano demonstra disposição em usar sua influência estratégica—do Golfo Pérsico ao Líbano—para resistir. A pressão diplomática internacional será crucial nas próximas semanas para evitar que o conflito se torne um enfrentamento regional aberto, colocando em risco não apenas a segurança energética, mas a estabilidade global.
Faça um comentário