![2025-01-23T090909Z_1487821734_RC2KFCA9EVSV_RTRMADP_3_SOUTHCHINASEA-PHILIPPINES-1740109971 Uma vista aérea do Recife Subi, ocupado pela China, nas Ilhas Spratly, no disputado Mar do Sul da China, em 21 de abril de 2017 [Francis Malasig/pool via Reuters]. Fonte: Al Jazeera](https://ejbbd5or267.exactdn.com/wp-content/uploads/2025/02/2025-01-23T090909Z_1487821734_RC2KFCA9EVSV_RTRMADP_3_SOUTHCHINASEA-PHILIPPINES-1740109971.webp?strip=all&lossy=1&resize=678%2C381&ssl=1)
As tensões entre China e Filipinas no Mar do Sul da China continuam a escalar após um novo incidente aéreo envolvendo aeronaves filipinas sobre as Ilhas Spratly. O Exército de Libertação Popular da China afirmou ter afastado três aviões filipinos que teriam sobrevoado a região de maneira “ilegal”. Esse foi o segundo confronto aéreo entre os dois países nesta semana, refletindo o acirramento das disputas territoriais na região.
Ação militar chinesa contra aviões filipinos
O porta-voz do Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular da China, coronel Tian Junli, informou que a operação envolveu o afastamento de duas aeronaves Cessna 208 e um avião leve N-22 na última quinta-feira. Segundo a mídia estatal chinesa, a presença das aeronaves filipinas foi interpretada como uma tentativa de Manila de reafirmar suas reivindicações “ilegais” sobre o arquipélago.
“As Filipinas têm desconsiderado os fatos e repetidamente estigmatizado, exagerado e difamado as legítimas ações de proteção dos direitos da China”, afirmou o Comando do Teatro Sul em comunicado oficial.
A China reivindica a totalidade das Ilhas Spratly, enquanto as Filipinas, assim como outros países do Sudeste Asiático, reivindicam partes do arquipélago, que é estrategicamente localizado e rico em recursos naturais.
Conflito próximo ao Recife de Scarborough
O recente incidente ocorre poucos dias após uma outra situação tensa entre os dois países. Na última terça-feira, um helicóptero militar chinês voou a apenas três metros de uma aeronave de patrulha filipina que sobrevoava o Recife de Scarborough. O local está dentro da zona econômica exclusiva (ZEE) das Filipinas, mas é controlado pela China desde 2012.
O confronto aéreo, que durou cerca de 30 minutos, foi testemunhado por jornalistas estrangeiros que estavam a bordo da aeronave filipina, pertencente ao Departamento de Pesca e Recursos Aquáticos das Filipinas. Durante o episódio, as autoridades filipinas advertiram o piloto chinês sobre a periculosidade da manobra e os riscos à segurança da tripulação.
Em resposta, Pequim acusou Manila de ações militares provocativas e de tentar enganar a comunidade internacional ao “exagerar a situação”. A China tem adotado uma postura cada vez mais agressiva na região, fortalecendo sua presença militar e construindo infraestruturas em ilhas e recifes disputados.
Expansão militar chinesa e reações regionais
Desde 2013, a China construiu pelo menos 20 bases militares no arquipélago das Ilhas Paracel e sete nas Ilhas Spratly. Essa militarização tem sido alvo de críticas por parte de nações vizinhas, incluindo Brunei, Indonésia, Malásia, Vietnã e as próprias Filipinas, que também possuem reivindicações sobre essas áreas.
Além dos recentes incidentes com Manila, Pequim tem expandido sua presença militar no Indo-Pacífico. Na semana passada, três navios de guerra chineses entraram na ZEE da Austrália, aproximando-se a cerca de 150 milhas náuticas (278 km) de Sydney. O ministro da Defesa australiano, Richard Marles, descreveu a movimentação como “incomum, mas não sem precedentes”. Além disso, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, informou que a China alertou sobre a realização de exercícios navais com fogo real em águas internacionais próximas à costa leste da Austrália, levando a um desvio de voos comerciais na região.
Conclusão
Os recentes episódios entre China e Filipinas demonstram o crescente risco de confrontos na região do Mar do Sul da China, uma área vital para o comércio global e rica em recursos naturais. A intensificação da presença militar chinesa e sua postura mais agressiva geram preocupações entre países vizinhos e aliados ocidentais, aumentando a pressão para uma solução diplomática que evite uma escalada ainda maior do conflito.
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