Ataques de Drones Russos Matam Civis na Ucrânia

Socorrista trabalha em local atingido por ataque de drone russo em Dnipro, Ucrânia, em 30 de abril de 2025.
Socorrista atua nos escombros deixados por ataque de drone russo em Dnipro, Ucrânia, em 30 de abril de 2025. | Foto: Serhiy Lysak via Telegram/REUTERS

Na noite de terça-feira, swarms de drones de ataque russos atingiram as cidades ucranianas de Kharkiv e Dnipro, deixando ao menos um morto e cerca de 50 feridos, segundo autoridades locais.

Contexto do Conflito

Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, localizada no nordeste, perto da fronteira russa, tem sido alvo constante de drones e mísseis desde o início da invasão em fevereiro de 2022. Em Dnipro, no sul do país, a população também sofre com ataques regulares que visam tanto infraestrutura civil quanto militar.

Impacto em Kharkiv

O governador regional, Oleh Syniehubov, informou que 47 pessoas ficaram feridas em Kharkiv, incluindo duas crianças e uma gestante. Segundo o prefeito Ihor Terekhov, áreas residenciais de prédios altos, casas particulares, uma unidade médica e instalações de infraestrutura civil foram danificadas.

“Estava em casa quando o ataque aconteceu. Meu filho dormia no corredor, eu só ouvi a explosão… estilhaços de vidro me atingiram.”
– Darya, moradora local

Cerca de 1,2 milhão de habitantes permanecem em Kharkiv, ante quase 2 milhões antes da guerra, segundo dados regionais.

Morte em Dnipro

Em Dnipro, o governador Serhiy Lysak confirmou a morte de um homem de 53 anos e ferimentos em outra pessoa. Casas particulares foram danificadas e incêndios eclodiram após o impacto dos drones. Lysak descreveu a noite como “difícil para Dnipro”.

Reação de Kiev e Apelo por Sanções

O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que mais de 100 drones foram lançados contra alvos ucranianos durante a madrugada. Em postagem nas redes sociais, ele defendeu:

“É necessária pressão sobre a Rússia – sanções adicionais fortes que realmente funcionem. Deve ser pressão, não apenas palavras ou tentativas de persuasão, que forcem a Rússia a cessar fogo e encerrar a guerra.”

Zelensky apelou aos Estados Unidos, principal aliado ocidental da Ucrânia, para endurecer medidas contra Moscou.

Tentativas de Mediação e Cessar-Fogo

Washington tem atuado como mediador, mas ameaçou retroceder caso Rússia e Ucrânia não apresentem propostas concretas. Na segunda-feira, o presidente Vladimir Putin anunciou um cessar-fogo de três dias (8 a 10 de maio) para marcar os 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. Kiev, porém, exige um cessar-fogo imediato de pelo menos 30 dias.

Além disso, a Rússia aguarda resposta da Ucrânia sobre o cessar-fogo de maio e proposta de conversações diretas, o que pode indicar uma possível abertura para negociações mais formais — embora ainda sem garantias concretas de avanço.

Apesar do anúncio russo, o comandante-chefe ucraniano, Oleksandr Syrskyi, relatou aumento significativo da atividade bélica russa no leste do país na quarta-feira.

Ví­timas em Outras Regiões

  • Zaporizhzhia: um homem de 45 anos ferido por ataque a drone em vila parcialmente ocupada (governador Ivan Fedorov).
  • Kherson: duas pessoas feridas por bombardeio russo (administração militar local).

Análise e Perspectivas

  • Escalada de Drones: O uso massivo de drones de ataque demonstra adaptação tática russa para pressionar múltiplos eixos simultaneamente.
  • Vulnerabilidade Civil: Infraestrutura urbana continua exposta, elevando custos humanos e destruição de bens essenciais.
  • Pressão Internacional: Apelos de Zelensky reforçam necessidade de sanções mais duras, mas eficiência depende de unidade ocidental.
  • Futuro do Cessar-Fogo: Diferenças entre pedidos ucranianos e proposta russa indicam baixa probabilidade de trégua duradoura sem negociações robustas.

Conclusão

Os recentes ataques de drones russos em Kharkiv e Dnipro ressaltam a continuidade e intensificação do conflito na Ucrânia, com grave impacto sobre civis e infraestrutura. Enquanto Kiev clama por sanções mais rígidas e um cessar-fogo prolongado, Moscou adota manobras simbólicas de trégua que não se traduzem em redução efetiva das operações. A comunidade internacional enfrenta o desafio de equilibrar mediação diplomática e pressão econômica para evitar nova escalada humanitária.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*