
Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, defende que o país precisa repensar seu papel na assistência internacional, convocando outras nações ricas para colaborarem.
Em declaração feita nesta sexta-feira (4) em Bruxelas, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o país não poderá mais arcar com a maior parte da ajuda humanitária mundial. Durante a coletiva, Rubio destacou que, embora os EUA continuarão a prestar assistência, é necessário que outras nações desenvolvidas também contribuam para mitigar os impactos de desastres globais, especialmente após o devastador terremoto que atingiu partes de Myanmar…especialmente após o devastador terremoto que atingiu partes de Myanmar — um cenário em que a China vem assumindo um papel mais ativo na região (China preenche vácuo geopolítico em Mianmar com ajuda humanitária, enquanto EUA recuam).
Contexto e Motivações
Rubio enfatizou que os Estados Unidos não são “o governo do mundo” e que, diante de uma dívida nacional crescente e outras prioridades internas, o país precisa reavaliar seu papel como principal doador humanitário global. Segundo ele, esperar que os EUA suportem 60 a 70% dos custos dessa assistência é injusto, considerando que existem outras nações economicamente robustas, como China e Índia, que também devem assumir parte dessa responsabilidade.
“Somos o país mais rico do mundo, mas nossos recursos não são ilimitados. Temos uma enorme dívida nacional e diversas outras prioridades. É hora de recalibrar nossos esforços,” declarou Rubio.
Impacto dos Cortes na Ajuda Humanitária
A mudança de postura dos EUA se insere em um contexto marcado pelas medidas adotadas pelo ex-presidente Donald Trump, que ordenou uma pausa de 90 dias em toda a ajuda externa ao iniciar seu mandato. Essa decisão, combinada com ordens que paralisaram vários programas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), comprometeu a entrega de alimentos e medicamentos vitais, causando um efeito dominó nas operações de socorro global.
A reestruturação interna do governo, impulsionada por uma agenda de redução do tamanho do Estado, afetou diretamente a capacidade da USAID, com muitos funcionários sendo colocados em licença ou demitidos, e a suspensão de várias concessões. Esse cenário demonstra como a tentativa de cortar gastos federais impactou a habilidade dos EUA de responder prontamente a emergências.
O Desastre em Myanmar e a Resposta Internacional
A urgência da revisão do papel dos EUA ganhou ainda mais destaque após o terremoto de magnitude 7,7 registrado em Myanmar, um dos mais fortes em um século. O desastre devastou uma região habitada por 28 milhões de pessoas, derrubando hospitais, destruindo comunidades e deixando milhares sem abrigo, água e alimentos. O número de mortos já ultrapassa 3.100, com mais de 4.500 feridos e centenas de pessoas desaparecidas, conforme informações da junta militar local.
Apesar da gravidade da situação, os EUA ofereceram uma resposta modesta de US$ 2 milhões, além do envio de uma equipe de avaliação, cuja chegada foi retardada por dificuldades na obtenção de vistos junto ao regime militar. Rubio ressaltou que as limitações impostas pela junta – que impede uma atuação plena dos EUA no país – evidenciam a necessidade de que outros países também se envolvam.
Citações de Fontes Oficiais Internacionais
Em meio a esse cenário, diversas organizações internacionais também têm destacado a importância de uma resposta global coordenada:
- Cruz Vermelha Internacional: Em comunicado recente, a Cruz Vermelha ressaltou que a resposta à catástrofe em Myanmar depende de um esforço conjunto de várias nações, enfatizando que a insuficiência de recursos por parte dos EUA pode agravar o sofrimento das populações afetadas.
- Escritório de Direitos Humanos da ONU: Em nota, o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) afirmou que a falta de uma resposta multilateral adequada pode comprometer a eficácia da ajuda humanitária e agravar a crise dos direitos humanos em áreas atingidas pelo terremoto.
- Agência das Nações Unidas para Assistência Humanitária (OCHA): A OCHA também tem alertado para a necessidade de ampliar a participação internacional, ressaltando que a dependência excessiva de um único país para a ajuda humanitária global pode gerar desequilíbrios críticos em situações de emergência.
Essas declarações reforçam o apelo de Rubio por uma redistribuição das responsabilidades de ajuda humanitária, apontando para uma necessidade urgente de colaboração entre as nações desenvolvidas.
Considerações Finais e Perspectivas Futuras
A declaração de Marco Rubio sinaliza uma mudança importante na política externa dos EUA, ao admitir que o país não pode continuar sendo o pilar único da assistência humanitária global. Essa nova postura demanda um engajamento maior de outras nações desenvolvidas para assegurar que, em momentos de crise, os recursos e a capacidade de resposta estejam distribuídos de forma mais equitativa.
Enquanto os Estados Unidos buscam equilibrar suas prioridades internas com a necessidade de prestar assistência, o futuro da ajuda humanitária global dependerá da cooperação multilateral e da criação de novos mecanismos de financiamento que envolvam toda a comunidade internacional.
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