
Hoje (10 de maio de 2025), o vice‑primeiro‑ministro chinês He Lifeng e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, deram o primeiro passo concreto rumo a uma trégua na intensa guerra comercial que tem abalado a economia global. Em um encontro reservado na residência do embaixador suíço junto às Nações Unidas, em Cologny, nos arredores de Genebra, as duas delegações sentaram‑se à mesa após semanas de retórica beligerante e tarifas que ultrapassaram 100% sobre centenas de produtos bilateralmente. Em um encontro reservado na residência do embaixador suíço junto às Nações Unidas, em Cologny, nos arredores de Genebra, as duas delegações sentaram‑se à mesa após semanas de retórica beligerante e tarifas que ultrapassaram 100% sobre centenas de produtos bilateralmente.
Desenvolvimento das Rodadas
— Local e Discrição: O local exato só se tornou público após testemunhas relatarem a chegada das comitivas. A Suíça atuou como facilitadora neutra, com o ministro Guy Parmelin saudando o simples diálogo como “sucesso inicial”.
— Atmosfera Inicial: Bessent e He chegaram separadamente, sem declarações à imprensa. O protocolo discreto visou evitar espetáculo midiático e proteger a dinâmica de confiança mínima necessária.
— Expectativas Moderadas: Analistas apontam que, com alto nível de desconfiança, avanços substanciais são improváveis nesta etapa; o objetivo imediato é estabelecer um “road map” para conversas futuras, possivelmente estendendo‑se até segunda-feira.
Cenários Futuros
Três possíveis trajetórias:
- Desescalada gradual: redução mútua de tarifas em 12 meses, com cronograma de revisões trimestrais e criação de mecanismo de monitoramento bilateral.
- Status quo: congelamento das tarifas no nível atual, mantendo a tensão sem avanços significativos, mas evitando nova escalada imediata.
- Escalada: imposição de barreiras não‑tarifárias, como controles de exportação de tecnologia sensível e restrições a investimentos estrangeiros diretos, levando a retaliações prolongadas.
Impasses e “Saídas” Possíveis
- Isenção Temporária de Tarifas: China busca um waiver de 90 dias, similar ao concedido a outros parceiros, para aliviar pressões enquanto negocia reciprocidade.
- Compromissos de Compra: Washington pede listas específicas de bens que a China aumentaria suas importações, visando reduzir o déficit.
- Mecanismo de Supervisão: Criação de um grupo misto para acompanhar o cumprimento de acordos parciais, com reuniões regulares em Genebra ou Beijing.
Impactos Potenciais
- Mercados Financeiros: Qualquer sinal de trégua tende a acalmar bolsas e reduzir a volatilidade cambial.
- Cadeias de Suprimento: Empresas multinacionais aguardam definição para retomar investimentos e ajustar operações logísticas.
- Relações Diplomáticas: Uma aproximação comercial pode abrir caminho a cooperação em áreas como clima, tecnologia e segurança global.
Baixas Expectativas de Solução Imediata
Analistas ressaltam que, enquanto persista a retórica de “tarifa certa de 80%” defendida por Trump, a probabilidade de um acordo abrangente permanece remota. A China, por sua vez, manterá sua postura de exigir igualdade de tratamento e respeito à sua soberania econômica.
Conclusão
Embora os primeiros diálogos em Genebra não prometam uma resolução imediata, o simples retorno ao diálogo representa um alívio em meio à escalada de tarifas que ameaça empurrar a economia mundial para uma recessão. A comunidade internacional acompanha com atenção: um desfecho positivo poderia restaurar parte da confiança nas instituições de comércio multilateral e frear tensões que extrapolam o campo econômico, alcançando esferas geopolíticas mais amplas.
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