
Em uma demonstração inédita de unidade, os chefes de governo de França, Alemanha, Reino Unido e Polônia desembarcaram de um trem batizado de “Bravery Express” em Kiev neste sábado, 10 de maio de 2025. Recebidos pelo presidente Volodymyr Zelensky, vieram exigir que Moscou aceite um cessar‑fogo incondicional de 30 dias como passo preliminar para negociações de paz efetivas.
Chegada e mensagem de solidariedade
- Emmanuel Macron, Friedrich Merz, Keir Starmer e Donald Tusk prestaram homenagem aos defensores ucranianos no Maidan. Foi a primeira visita conjunta desses quatro líderes a Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022 .
- O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, ressaltou: “Há muito trabalho pela frente. Devemos forçar Moscou a concordar com um cessar‑fogo”.
Proposta de cessar‑fogo e apoio dos EUA
- O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, afirmou que Ucrânia e aliados estão prontos para um cessar‑fogo “completo e incondicional … por pelo menos 30 dias a partir de segunda‑feira” .
- A proposta segue plano apoiado pelos Estados Unidos e apresentado por Donald Trump, que advertiu sobre novas sanções caso a Rússia persista na recusa .
Resistência russa e condições do Kremlin
- O porta‑voz do Kremlin, Dmitry Peskov, condicionou o cessar‑fogo à interrupção das entregas de armamentos ocidentais, alegando que, sem isso, haveria “vantagem para a Ucrânia” .
- Analistas em Moscou sinalizam ceticismo quanto a uma trégua sem garantias de segurança robustas, sobretudo após o desfile de 9 de maio na Praça Vermelha, quando Putin adotou tom desafiante .
Contexto e histórico de violações
- Durante a trégua de 8–10 de maio anunciada pela Rússia e rejeitada pela Ucrânia, foram registradas mais de 700 violações russas ao longo de 1.000 milhas de frente, incluindo bombardeios em áreas civis .
- A ocupação de cerca de 20% do território ucraniano e o fracasso de tréguas anteriores ressaltam a necessidade de um mecanismo de monitoramento internacional sólido .
“Coalizão dos dispostos” e próximos passos
- Os líderes debateram a criação de uma “coalizão dos dispostos” para supervisão do cessar‑fogo e futura força de paz, possivelmente sob mandato da ONU ou OSCE.
- Ficou acertado que, em caso de recusa russa, UE, Reino Unido e EUA coordenarão sanções adicionais e intensificarão o apoio militar a Kiev.
Análise
- Diplomacia em alta: A visita conjunta reforça o engajamento europeu direto nas negociações, rompendo o isolamento de Kiev.
- Impasse operacional: Vincular o trégua à suspensão de armas pode impedir avanços práticos sem garantias de verificação.
- Peso estadunidense: A mediação de Washington, agora sob Trump, pode acelerar negociações, mas gera incerteza sobre continuidade do apoio militar.
- Monitoramento essencial: Somente um esquema de verificação internacional com poderes de inspeção in loco poderá dar credibilidade ao cessar‑fogo.
Conclusão com cenários
Cenário | Descrição | Probabilidade Qualitativa | Gatilhos Decisórios |
---|---|---|---|
Otimista | Rússia aceita o cessar‑fogo; ONU/OSCE monitora; início imediato de negociações políticas; plano de reconstrução internacional é lançado. | Moderada (30%) | Acordo russo; mandato de paz da ONU; liberação de fundos multilaterais |
Intermediário | Trégua parcial estabelecida com violações controladas; conversas técnicas avançam sem pacto político; sanções moderadas são mantidas. | Alta (50%) | Violação pontual; comitês de monitoramento ativos |
Pessimista | Rússia recusa ou viola massivamente o cessar‑fogo; confrontos se intensificam; sanções provocam retaliação econômica russa. | Baixa (20%) | Ruptura nas negociações; escalada militar; fim do diálogo |
Atualização
Segundo relatório da OSCE, durante o último cessar‑fogo parcial foram destruídas 15 infraestruturas civis e houve 12 baixas, evidenciando a urgência de mecanismos de verificação mais rígidos.
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