Confrontos Aéreos Índia–Paquistão Agravam Crise na Caxemira

Homem caminha dentro de mesquita danificada por ataque indiano em Muridke, perto de Lahore, no Paquistão.
Homem caminha no interior de uma mesquita atingida por um ataque da Índia em Muridke, próximo a Lahore, Paquistão, em 7 de maio de 2025. Foto: REUTERS/Gibran Peshimam.

Na madrugada de hoje, quinta-feira, 8 de maio de 2025, Índia e Paquistão elevaram dramaticamente o nível de suas hostilidades, utilizando drones e mísseis em ataques mútuos. Islamabad afirma ter derrubado 25 drones indianos, enquanto Nova Délhi declara ter “neutralizado” tentativas paquistanesas de atingir alvos militares. As trocas de fogo, que também resultaram em vítimas civis e transtornos na aviação, marcam uma das mais intensas escaladas entre os vizinhos nucleares desde 2019.

Sequência dos Ataques e Retaliações

Ataque indiano (7 de maio):

  • Forças indianas lançaram mísseis contra instalações apontadas como “infraestrutura terrorista” no Paquistão, em retaliação a um atentado em Cachemira que matou 26 turistas. Islamabad negou envolvimento no ataque e contestou a derrubada de cinco caças indianos, classificação que a embaixada da Índia em Pequim chamou de “misleading” .

Defesa paquistanesa (8 de maio):

  • O Exército do Paquistão relatou ter abatido 25 drones de fabricação israelense em Karachi, Lahore e Rawalpindi, coletando destroços para investigação. Um drone atingiu um alvo militar perto de Lahore, ferindo quatro soldados .

Contra‑ataque indiano:

  • O Ministério da Defesa indiano informou que sistemas de defesa aérea interceptaram drones e mísseis paquistaneses lançados contra o norte e oeste da Índia. Como retaliação, Índia atingiu radares e baterias antiaéreas no território paquistanês, “com mesma intensidade” da ação de Islamabad .

Impacto Civil, Econômico e na Aviação

Vítimas civis:

  • Paquistão: 31 mortos e cerca de 50 feridos em bombardeios na linha de cessar‑fogo na Caxemira.
  • Índia: 13 mortos e 59 feridos no lado indiano .

Mercados financeiros:

  • Índice KSE-100 do Paquistão despencou 6,3%, levando à suspensão das negociações em Karachi.
  • Em Mumbai, ações, rupia e títulos caíram significativamente após o comunicado do Ministério da Defesa indiano .

Aviação civil:

  • Autoridade paquistanesa suspendeu voos em Lahore, Karachi e Sialkot até meio‑dia (0700 GMT).
  • Na Caxemira indiana, o teleférico de Gulmarg foi fechado e hotéis próximos esvaziados por precaução.

Contexto Histórico e Riscos de Escalada

Desde a Partição de 1947, Índia e Paquistão travaram três guerras e inúmeros confrontos, sobretudo pela disputa da Caxemira. Ambas possuem arsenais nucleares desde os anos 1990, elevando o risco de um confronto de grandes proporções .

Analistas apontam que o uso crescente de drones reduz o limiar para ataques, mas aumenta o perigo de erro de cálculo. Enquanto isso, a comunidade internacional intensifica apelos por contenção: EUA ofereceram mediação, China manifestou-se favorável à paz e Rússia pediu moderação .

Possíveis Desdobramentos

  • Diplomacia de crise: canais militares e diplomáticos, com intermediação de EUA e China, buscam cessar‑fogo temporário.
  • Economia paquistanesa: ainda fragilizada após quase default em 2023, pode enfrentar nova turbulência que comprometa acordos com o FMI.
  • Segurança regional: civis em áreas fronteiriças permanecem vulneráveis a cortes de serviços, deslocamentos e pânico coletivo.

Conclusão

A recente escalada entre Índia e Paquistão marca um novo patamar de tensão militar na região, impulsionada por ataques com drones, retaliações em múltiplas frentes e perdas civis significativas. A troca de acusações e as respostas militares quase simultâneas revelam um padrão de ação-reação que ameaça sair do controle, especialmente considerando o histórico de confrontos e o arsenal nuclear de ambos os países.

Enquanto autoridades de ambos os lados afirmam não querer escalar o conflito, as ações no terreno sugerem o contrário. O envolvimento crescente da comunidade internacional e os apelos por contenção são sinais de alerta sobre o potencial de desestabilização regional mais ampla.

Se não houver um canal efetivo de diálogo e mediação nas próximas horas, o sul da Ásia pode estar à beira de um dos momentos mais delicados desde a crise de Kargil. O mundo observa com apreensão — e urgência.

Leia também: Confrontos Índia–Paquistão: Ataques Militares e Caos na Aviação Civil

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