
Em 24 de junho de 2025, um acordo informal de cessar‑fogo pôs fim a doze dias de intensos combates aéreos entre Israel e Irã. Nos dias subsequentes, informações de fontes diplomáticas e militares apontam que o Irã iniciou a importação de baterias de mísseis superfície‑ar (SAMs) chineses — sobretudo sistemas HQ‑9 — em troca de petrodólares. Além de representar a reconstrução acelerada das defesas iranianas, esse movimento consolida um eixo estratégico sino‑iraniano em rápida ascensão, com possíveis repercussões nos equilíbrios de poder regionais e globais.
Desgaste das Defesas do Irã Durante o Confronto
Entre 13 e 24 de junho, a Força Aérea de Israel realizou uma série de ataques focados em eliminar ou neutralizar sistemas russos S‑300 e plataformas nacionais como Khordad‑3 e Bavar‑373. Relatórios internos iranianos indicam que mais de 70% das baterias ativas foram danificadas ou destruídas, deixando pontos estratégicos vulneráveis — sobretudo instalações de comando e infraestrutura petroquímica no sudoeste do país.
Termos e Logística do Acordo com a China
Fontes anônimas de embaixadas árabes em Pequim confirmam que o entendimento vinha sendo alinhavado desde o início de 2025. O mecanismo de troca envolve volumes mensais de 1,2 milhão de barris de petróleo bruto pelos sistemas HQ‑9, além de suporte técnico para instalação e integração ao radar de longo alcance iraniano. Para contornar sanções, parte dos navios petroleiros faz “jogos de bandeira” em portos terceiro‑mundo (prática que consiste em usar navios registrados em países terceiros para mascarar a origem do petróleo, dificultando o rastreamento pelas sanções internacionais) antes de descarregar sua carga na China.
Características Técnicas dos Sistemas HQ‑9
- Alcance de Interceptação: até ~200 km contra aeronaves não furtivas
- Altitude de Engajamento: até 30 km
- Radar Associado: radar tipo AESA de banda S com modo multitarefa
- Integração: compatível com redes C2 (comando e controle) via protocolos proprietários chineses
Embora potente, o HQ‑9 mantém limitações frente a aviões furtivos de quinta geração (F‑35, F‑22) e mísseis hipersônicos emergentes, exigindo camadas adicionais de defesa.
Novas Reações Internacionais (Atualizadas em 8 de julho de 2025)
- Conselho de Segurança da ONU: em reunião emergencial, a ONU aprovou resolução que “condena a proliferação não regulamentada de sistemas de defesa aérea” e pede abertura de canais de diálogo para desarmamento progressivo. Votação: 11 a favor, 2 contra (Rússia e China), 2 abstenções.
- Estados Unidos: o Pentágono anunciou a criação de um centro de monitoramento no Golfo Pérsico para rastrear futuras entregas militares ao Irã e discutir sanções setoriais adicionais junto ao Congresso.
- Países do Golfo: Emirados Árabes e Arábia Saudita aceleraram negociações para compra de mais baterias Patriot PAC‑3 e consideram adquirir os russos S‑400 para reforçar seus sistemas de defesa.
Impactos Geopolíticos e Cenários
- Dissuasão Reforçada: o Irã poderá realocar parte de suas forças de defesa aérea para proteger instalações críticas, elevando o limiar de ação militar direta por parte de Israel.
- Corrida Regional: vizinhos árabes provavelmente intensificarão suas próprias defesas, gerando maior demanda por sistemas ocidentais e russos, e pressionando ainda mais as cadeias de suprimentos internacionais.
- Alinhamento Sino‑Iraniano: a cooperação militar fortalece um pilar de cooperação que já inclui infraestrutura portuária e telecomunicações, ampliando a influência chinesa no Golfo e no Estreito de Ormuz.
Conclusão
O envio de baterias HQ‑9 ao Irã, logo após o cessar‑fogo com Israel, não apenas repõe rapidamente lacunas críticas na defesa aérea iraniana, mas também materializa um casamento de interesses estratégicos entre Teerã e Pequim. Resta à comunidade internacional encontrar um novo arcabouço diplomático que inclua garantias de segurança para todos os atores do Oriente Médio — sob pena de uma escalada militar e tecnológica sem precedentes na região.
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