
2 de maio de 2025, Israel lançou um ataque aéreo nas imediações do palácio presidencial de Damasco, numa ação de retaliação e advertência ao governo sírio por suposta omissão na proteção da minoria drusa. O bombardeio, o segundo em menos de uma semana, reforça a postura de Jerusalém como guardiã dos drusos sírios e agrava a volatilidade sectária no sul da Síria.
Contexto do Conflito Sectário
Nas últimas semanas, intensificaram‑se os choques entre combatentes drusos e forças leais ao governo de transição liderado por Ahmed al‑Sharaa. Resultado de discursos inflamatórios e retaliações mútuas, os confrontos já deixaram dezenas de mortos e feridos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos . Sheikh Hikmat al‑Hijri, liderança espiritual drusa, qualificou as hostilidades como “campanha genocida” e pediu intervenção internacional para proteger civis.
O “Aviso” de Israel
Israel afirmou que Damasco falhou em impedir ataques contra os drusos no sul do país. Em declaração conjunta, o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Israel Katz disseram:
“Esta é uma mensagem clara ao regime sírio: não permitiremos qualquer movimento de suas forças para o sul de Damasco nem qualquer ameaça à comunidade drusa.”
Além disso, o governo israelense organizou a evacuação de drusos feridos para hospitais em Israel, reforçando seu compromisso com a segurança da minoria.
Perspectiva Internacional e Regional
Organizações como a ONU e a União Europeia manifestaram preocupação com o risco de escalada sectária . Atores regionais — do Irã à Turquia — acompanham de perto, receosos de que o fortalecimento da aliança drusa‑israelense desestabilize ainda mais a Síria.
Impacto Humanitário
Relatos de ONGs apontam execuções sumárias em prisões e destruição de aldeias drusas em localidades como Suwayda e Ashrafiyat Sahnaya . A crise humanitária, com deslocados internos e feridos, agrava‑se diante da falta de acesso a serviços básicos.
Implicações Estratégicas
- Dissuasão Militar: Ataques perto do centro de poder sírio demonstram a capacidade de Israel de atingir alvos sensíveis.
- Aliança Drusa‑Israelense: Reforço de laços militares pode criar um contrapeso às milícias islamistas.
- Risco de Retaliação: Grupos pró‑Irã podem retaliar, expandindo o conflito além da fronteira.
Conclusão
O bombardeio de 2 de maio reafirma a determinação de Israel em proteger a comunidade drusa e enviar um recado ao governo de Damasco. Contudo, a ação eleva o risco de escalada regional, envolvendo Síria, Israel e potências como Irã e Turquia. Num cenário já fragilizado por anos de guerra civil, o futuro da estabilidade no sul sírio dependerá da capacidade de atores internos e externos de negociar contenção e reconstrução, evitando que a violência sectária se transforme numa nova fase do conflito no Oriente Médio.
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