Teerã Sob Fogo: A Escalada entre Israel e Irã em Junho de 2025

Equipe de resgate segura a cadela Tess resgatada de um prédio atingido por míssil iraniano em Ramat Gan, Israel, 14 de junho de 2025.
Um membro da equipe de resgate segura Tess, uma cadela resgatada dos escombros de um edifício atingido por um míssil iraniano, em Ramat Gan, Israel, em 14 de junho de 2025. Foto: REUTERS/Ronen Zvulun

Na madrugada de 13 de junho de 2025, o Estado de Israel deflagrou a Operação Leão em Ascensão, uma ofensiva aérea sem precedentes contra instalações nucleares, militares e residenciais de altos comandantes do Irã. Em retaliação, na noite seguinte, Teerã desencadeou a Operação Verdadeira Promessa III, lançando centenas de mísseis e drones contra alvos israelenses. À medida que sirenes soam em Tel Aviv e explosões sacodem Teerã, o mundo observa o risco de um conflito regional que pode redefinir o equilíbrio de poder no Oriente Médio.

Cronologia dos Acontecimentos

13 de junho (amanhecer):

  • Israel mobiliza cerca de 200 aeronaves, lançando mais de 330 munições em aproximadamente 100 alvos, incluindo os complexos nucleares de Natanz e Esfahan, além de residências de líderes da Guarda Revolucionária.
  • A TV estatal iraniana reporta a morte de 78 pessoas (maioria civis) e 329 feridos, segundo o embaixador Amir Saeid Iravani na ONU.

13 de junho (tarde e noite):

  • Em quatro ondas, o Irã dispara cerca de 150 mísseis balísticos e dezenas de drones, batizada de Verdadeira Promessa III, visando centros urbanos israelenses.
  • Sistemas de defesa aérea interceptam grande parte dos projéteis, mas três civis israelenses morrem e dezenas ficam feridos, incluindo um bebê resgatado vivo dos escombros em Rishon LeZion.

14 de junho (manhã):

  • Vídeos mostram um edifício de 14 andares em Teerã reduzido a escombros, com cerca de 60 mortes naquele bloco habitacional, conforme a TV iraniana.
  • Israel afirma ter atacado mais de 150 alvos em retaliação, incluindo baterias antiaéreas e centros de comando.

Desdobramentos Militares

  • Operação Leão em Ascensão (Israel):
    • Objetivo principal: aniquilar os últimos degraus do programa de enriquecimento de urânio iraniano e decapitar a cúpula militar adversária.
    • Uso coordenado de IDF e Mossad, com bases de drones clandestinas e sabotagens prévias aos sistemas S-300 iranianos.
  • Operação Verdadeira Promessa III (Irã):
    • Foco em mísseis de médio alcance e drones para desgastar defesas israelenses e demonstrar força doméstica.
    • Apesar do amplo emprego de Ogivas, grande parte foi abatida pelo Iron Dome e pelo apoio de caças norte‑americanos.

Reações Internacionais

Estados Unidos:

  • Dois oficiais confirmam apoio na interceptação de mísseis iranianos, mas sem envolvimento direto nos ataques ofensivos.
  • Presidente Trump reforça que “não é tarde” para o Irã aceitar “cortes drásticos” em seu programa nuclear, condicionando futuras negociações a essa aceitação.

Nações Unidas:

  • O secretário‑geral António Guterres pediu “moderação e diálogo imediato”, alertando para “consequências humanitárias e econômicas catastróficas” caso o ciclo de retaliações continue.

Líderes Religiosos e Regionais:

  • O Papa Léo XVI apela ao “respeito mútuo e ao desarmamento nuclear”.
  • Emirados e Arábia Saudita, preocupados com a segurança das rotas de exportação de petróleo, manifestam apoio a “soluções pacíficas” para evitar elevação dos preços do barril.

Implicações Regionais e Globais

Mercado de Energia:

    • O barril de petróleo subiu 7% nas bolsas de Londres e Nova York, refletindo temores de interrupções no Estreito de Hormuz.

    Guerras por Procuração:

    • Hamas e Hezbollah, debilitados por conflitos recentes, têm alcance limitado para responder em nome do Irã.
    • Houthis (Iêmen) tentam disparar mísseis a Israel, mas erram e ferem civis na Cisjordânia, evidenciando dificuldades logísticas dos aliados iranianos .

    Fluxo Diplomático:

    • As negociações nucleares previstas para Omã foram adiadas indefinidamente, após Teerã classificar o diálogo como “inócuo diante de ataques preventivos”.

    Análise Estratégica

    Israel:

    • Busca demonstrar dissuasão absoluta, elevando o custo de qualquer avanço nuclear iraniano e pressionando o regime clerical interna e externamente.

    Irã:

    • Adota postura de “resposta proporcional”, evitando escalada de destruição em massa para não alienar a opinião pública global nem comprometer infraestrutura vital.

    Risco de Contágio:

    • Países vizinhos reforçam defesas e fecham espaço aéreo (Jordânia, Líbano), receosos de um efeito dominó sectário que remete às convulsões pós‑Primavera Árabe.

    Conclusão

    A retórica de “Teerã vai queimar” representa um marco na hostilidade israelense, sinalizando disposição para prolongar a operação “enquanto for necessário”. Com ambos os lados exibindo capacidade ofensiva avançada, o mundo se vê no limiar de um conflito que transcende o bilateral, ameaçando a estabilidade energética global, incentivando corridas armamentistas e exigindo, mais do que nunca, um cessar‑fogo diplomático mediado por potências dispostas a equilibrar segurança e respeito à soberania.

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