Em meio à destituição do presidente Yoon Suk Yeol por sua breve imposição de lei marcial e à nomeação de Lee Jae-myung como candidato do Partido Democrático (PD), a corrida presidencial sul-coreana — com eleição marcada para 3 de junho de 2025 — ganhou contornos decisivos. Lee, 61 anos, ex-governador de Gyeonggi-do e advogado de direitos humanos, lidera as pesquisas por ampla margem. Este artigo analisa sua trajetória, o perfil do PD, os riscos de sua vitória e compara rapidamente suas posições às de Yoon.
Perfil do Partido Democrático (PD)
O Partido Democrático de Korea (PD) é a principal legenda de centro-esquerda da Coreia do Sul. Conhecido por defender:
- Direitos humanos e justiça social, incluindo propostas de “novo progressismo” para reduzir desigualdades;
- Relações mais abertas com a Coreia do Norte, em contraste com a linha-dura conservadora;
- Aliança com os EUA, mantendo cooperação em segurança, mas buscando maior autonomia sul-coreana.
Citação de Fontes ou Especialistas
“A ascensão de Lee reflete o anseio popular por estabilidade institucional e pelo fortalecimento da democracia após o episódio da lei marcial” — analista do Korea Institute for National Unification.
Riscos e Desafios em Caso de Vitória
- Segurança e EUA: Negociar custos da presença militar americana, equilibrando soberania e aliança estratégica.
- Resistência Parlamentar: Parlamento polarizado pode barrar reformas econômicas e sociais.
- Batalhas Judiciais: Supremo Tribunal decide recurso sobre sua condenação por violação da lei eleitoral; resultado pode afetar sua elegibilidade.
- Pressão Empresarial: Agenda pró-negócios moderada pode enfrentar lobby contra alterações em heranças e jornada de trabalho.
Comparação Rápida com Yoon Suk Yeol
| Aspecto | Lee Jae-myung (PD) | Yoon Suk Yeol (Ex-presidente) |
|---|---|---|
| Economia | Incentivos pró-empresas, reforma de heranças | Conservador, foco em mercado livre |
| Lei Marcial | Opositor veemente, defensor do Parlamento | Impôs decretou; levou à sua destituição |
| Relações EUA-Coreia | Aliança fortalecida, mas com maior autonomia | Pró-EUA estrito, menos diálogo com Pyongyang |
| Política Norte | Menos belicista, aberto ao diálogo | Linha-dura, forte retórica de segurança |
Trajetória de Lee e Contexto Histórico
- Origens e direitos humanos: Ex-operário mirim em fábricas químicas; formou-se em Direito e atuou como advogado trabalhista, moldando seu compromisso com a igualdade econômica.
- Carreira política: Prefeito de Seongnam (2010), governador de Gyeonggi-do (2018), perdeu a presidência de 2022 por margem mínima.
- Crise da lei marcial: Em 3 de dezembro de 2024, Yoon decretou seis horas de lei marcial; Lee escalou muros do Parlamento e fez lives para mobilizar a rejeição ao ato.
- Atentado a faca: Sobreviveu a ataque em janeiro de 2024; agressor cumpre 15 anos por tentativa de homicídio.
Conclusão
Com base em sua capacidade de mobilização, ajuste pragmático de propostas e liderança nas pesquisas, Lee Jae-myung desponta como favorito para as eleições de 3 de junho. Seu desafio será traduzir promessas de democracia reforçada, equidade social e política externa equilibrada em resultados concretos, navegando entre um Parlamento polarizado, batalhas judiciais e pressões geopolíticas.
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