
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está intensificando esforços diplomáticos para ampliar os laços comerciais do Brasil com a África e a Europa, em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O governo brasileiro busca reduzir a dependência do mercado norte-americano e diversificar suas parcerias comerciais.
Reação às tarifas dos EUA
Em julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de até 50% sobre diversos produtos brasileiros, alegando desequilíbrios comerciais e questões políticas internas. Essa medida afetou significativamente setores como o agronegócio, indústria e tecnologia no Brasil. Em resposta, o governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e implementou o “Plano Brasil Soberano”, que inclui R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas, além de medidas de proteção ao setor produtivo e aos trabalhadores. O presidente Lula criticou as tarifas, afirmando que são “mentira” a alegação de que o Brasil é um mau parceiro comercial.
Fortalecimento das relações com a África
A África é vista como uma região estratégica para o Brasil, tanto por laços históricos quanto por seu potencial de crescimento econômico. Lula tem buscado estreitar relações com países africanos, como Angola, África do Sul e Moçambique.
Em 23 de maio de 2025, o presidente angolano, João Lourenço, realizou uma visita de Estado ao Brasil, durante a qual foram assinados quatro acordos bilaterais nas áreas de segurança internacional, direitos humanos, agropecuária e energia. Além disso, foram anunciadas medidas como a extensão da validade de vistos entre os países e a ampliação do apoio à comunidade brasileira em Angola, estimada em mais de 25 mil pessoas.
Em relação a Moçambique, o governo brasileiro anunciou que o presidente Lula realizará uma visita oficial ao país durante seu atual mandato. Embora a data exata ainda não tenha sido confirmada, a visita está sendo planejada com o objetivo de fortalecer os laços comerciais e de cooperação entre os dois países.
Acordo Mercosul-União Europeia
Outro foco da estratégia de Lula é a conclusão do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia. Esse acordo visa criar uma área de livre comércio para 718 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 22 trilhões. Para o Brasil, ele representa uma oportunidade de ampliar as exportações de produtos como carne, açúcar, arroz e soja para o mercado europeu, além de atrair investimentos em setores industriais.
O presidente Lula tem trabalhado para superar as resistências de países como a França, que expressaram preocupações sobre a concorrência com a produção agrícola brasileira. Em junho de 2025, durante visita à França, Lula se reuniu com o presidente Emmanuel Macron para discutir o avanço do acordo. Ambos os líderes manifestaram a intenção de concluir as negociações até o final de 2025, com a assinatura formal prevista para dezembro. A ratificação do acordo dependerá da aprovação dos 27 países da União Europeia.
Diversificação e diplomacia comercial
Além de fortalecer os laços com a África e a Europa, o governo brasileiro está buscando diversificar suas parcerias comerciais com países como França, Alemanha e Reino Unido. Lula tem mantido contatos com líderes dessas nações para discutir oportunidades de cooperação e reduzir a dependência do mercado norte-americano.
Recentemente, o presidente brasileiro conversou com os líderes de China, Rússia e Índia, membros do BRICS, para discutir novas oportunidades de comércio e cooperação. Essas conversas visam explorar áreas de interesse mútuo e fortalecer os laços econômicos entre os países.
Conclusão
A busca de Lula por novos acordos comerciais com a África e a Europa reflete uma estratégia de diversificação econômica e fortalecimento da posição do Brasil no cenário internacional. Ao ampliar suas parcerias comerciais, o país busca mitigar os impactos das tarifas impostas pelos EUA e garantir um desenvolvimento econômico mais equilibrado e sustentável.
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