
Em 23 de setembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a falar no evento, e, neste ano, Lula aproveitou a tribuna para abordar temas centrais da política internacional e doméstica, destacando a defesa da soberania nacional, criticando sanções estrangeiras e propondo um novo modelo de multilateralismo.
Defesa da soberania e crítica às sanções
Lula iniciou seu discurso destacando a importância da ONU como símbolo de paz e prosperidade, mas alertou para ameaças ao multilateralismo e à soberania dos países. Sem citar diretamente os Estados Unidos, ele disse:
“O Brasil não aceitará ingerência em suas instituições e nem sanções arbitrárias que tentem subverter nossa democracia.”
O presidente ressaltou que medidas externas unilaterais têm impactos diretos sobre a economia e a vida da população, e que o país permanecerá firme na defesa de sua soberania.
Compromisso com a democracia e justiça social
Lula destacou a importância da democracia como mais do que eleições: uma democracia que promove justiça social e reduz desigualdades. Ele lembrou conquistas recentes:
“O Brasil voltou a sair do Mapa da Fome em 2025, mas ainda há 670 milhões de pessoas famintas no mundo e 2,3 bilhões enfrentam insegurança alimentar.”
O presidente propôs a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, apoiada por 103 países, defendendo que a comunidade internacional direcione recursos antes destinados a guerras e armamentos para combate à fome e desenvolvimento sustentável.
Crítica às plataformas digitais e defesa da regulação
Outro ponto do discurso foi a regulação das plataformas digitais, usadas para espalhar desinformação e intolerância. Lula afirmou:
“Regular as plataformas digitais não é cercear a liberdade de expressão, mas garantir que o que é ilegal no mundo real seja tratado como tal no ambiente virtual.”
Proposta por um novo multilateralismo
O presidente concluiu propondo um novo modelo de multilateralismo, baseado na paz, justiça social e democracia. Ele sugeriu aliviar a dívida externa dos países mais pobres e redirecionar investimentos internacionais para áreas sociais, destacando que a cooperação global deve priorizar a vida humana.
Contexto internacional
O discurso de Lula ocorreu em um clima de atenção global: líderes de países da África, Ásia e América Latina demonstraram apoio às propostas de justiça social, enquanto alguns representantes do Ocidente permaneceram cautelosos quanto às críticas às sanções e à política norte-americana. A abertura da Assembleia Geral refletiu tensões crescentes no cenário internacional, mas também a busca por soluções coletivas frente a crises como fome, desigualdade e mudanças climáticas.
Conclusão
O discurso de Lula na ONU em 2025 foi uma defesa contundente da soberania brasileira, um apelo por um novo multilateralismo e uma crítica às políticas externas que, segundo ele, atentam contra a democracia e a justiça social. Com menção a sanções, fome, regulação digital e governança global, o presidente posicionou o Brasil como protagonista na busca por soluções coletivas para desafios globais.
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