
Em 22 de maio de 2025, o primeiro‑ministro da Malásia, Datuk Seri Anwar Ibrahim, reiterou o apoio total de seu país à criação da ASEAN Power Grid (APG) durante coletiva em Putrajaya, ao lado de representantes da mídia local e internacional. Esse compromisso, componente central da presidência malaia da ASEAN em 2025, sinaliza a ambição de promover segurança energética, sustentabilidade e integração regional.
O que é a ASEAN Power Grid?
Idealizada na Visão ASEAN 2020, a APG busca:
- Conectar bilateralmente redes de transmissão entre países vizinhos;
- Ampliar sub‑regionalmente, integrando blocos como o CLMT (Camboja‑Laos‑Myanmar‑Tailândia) e o IMT‑Green Corridor (Índia‑Mianmar‑Tailândia);
- Estabelecer uma malha regional completa, permitindo comércio transfronteiriço de eletricidade sem entraves.
Atualmente, há cerca de 5 GW de capacidade interligada, incluindo os enlaces Laos–Tailândia–Malásia–Cingapura.
Linha do Tempo de Compromissos
- Dezembro de 2024: Em Subang, Anwar estabelece a APG como prioridade da Malásia na presidência ASEAN 2025, após discussões com líderes vietnamitas, filipinos e tailandeses.
- Janeiro de 2025: No Malaysia Economic Forum, anuncia ligações submarinas entre Sarawak e a Península e destaca expertise energética nacional.
- Abril de 2025: Na ASEAN Investment Conference, detalha negociações com ADB e Banco Mundial para financiar o cabo subaquático Vietnã–Kelantan até Cingapura.
- Maio de 2025: Anwar confirma que a Malásia liderará a primeira fase, conectando Vietnã, norte da Península e Cingapura, com participação da Petronas.
- Junho de 2025: Lançamento do APG Financing Facility Network e anúncio de RM 43 bilhões para modernização de redes inteligentes e armazenamento em baterias.
Voz do setor privado
“A Petronas está preparada para fornecer todo o know‑how em cabos submarinos e soluções de armazenamento”, afirma Tan Sri Mohd Hassan Marican, presidente da Petronas, destacando parcerias com players japoneses e sul‑coreanos.
Perspectiva de especialistas
“A integração elétrica da ASEAN poderia reduzir custos de energia em até 15% ao longo da década”, estima um relatório recente da IEA, que também recomenda harmonização regulatória para atrair investimentos de longo prazo.
O papel da Malásia no projeto
- Liderança técnica e econômica: condução do trecho Vietnã–Kelantan–Singapura.
- Mecanismos de financiamento: estruturação do APG Financing Facility Network em parceria com ADB e Banco Mundial.
- Integração renovável: expansão do Corporate Renewable Energy Supply Scheme (CRESS).
- Diplomacia energética: atração de investimentos externos, especialmente do Japão.
Importância Estratégica
- Segurança energética: compartilhamento de excedentes entre regiões com perfis de geração distintos.
- Otimização de custos: redução do preço médio da energia pelo comércio intrarregional.
- Metas climáticas: maximiza o uso de renováveis e diminui depender das termelétricas fósseis.
Desafios e Recomendações
- Harmonização regulatória: criar um marco legal regional para atrair investidores.
- Compatibilidade técnica: padronização de tensões, frequências e protocolos de operação.
- Financiamento sustentável: pools de garantias multilaterais e seguros políticos.
- Governança multissetorial: regulador regional de energia e fórum anual de monitoramento.
Conclusão
Com os compromissos até junho de 2025 e a previsão de assinatura do acordo‑quadro em outubro de 2025, a Malásia consolida seu papel de liderança na ASEAN Power Grid. Superados os desafios, a APG tem potencial para tornar o mercado energético regional mais resiliente, sustentável e competitivo até o final da década.
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