
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu adiou, neste sábado (3), a visita oficial ao Azerbaijão que ocorreria entre 7 e 11 de maio. A decisão foi atribuída a desdobramentos recentes em Gaza e na Síria, além de um “intenso cronograma diplomático e de segurança” em Israel.
Motivos do adiamento
Nas últimas semanas, a Faixa de Gaza registrou nova escalada de confrontos entre tropas israelenses e grupos palestinos. Na Síria, movimentações de milícias apoiadas pelo Irã nas proximidades do Golfo de Alexandretta elevaram o estado de alerta em Jerusalém. Segundo o gabinete de Netanyahu, tais eventos exigem sua permanência para coordenar operações militares e negociações diplomáticas.
Contexto histórico das relações Israel–Azerbaijão
Desde o estabelecimento de laços diplomáticos em 1992, Israel e Azerbaijão mantêm cooperação estratégica em defesa, inteligência e energia. Em 2016, Netanyahu visitou Baku e selou acordos de tecnologia militar e fornecimento de petróleo. Durante os conflitos de Nagorno-Karabakh (1994 e 2020), Tel Aviv forneceu drones e sistemas de defesa que reforçaram a aliança bilateral.
Implicações para o Irã
Teerã observa com preocupação o fortalecimento da parceria Israel–Azerbaijão, especialmente após Baku adquirir sistemas de defesa israelenses. O adiamento pode ser interpretado como oportunidade para o Irã ampliar seu apoio a milícias na Síria e pressionar o governo azeri a reavaliar sua aliança com Jerusalém.
Cooperação energética e comercial
O Azerbaijão fornece parte significativa do petróleo e gás consumidos por Israel. Em 2023, o comércio bilateral alcançou US$ 1,2 bilhão (Ministério das Relações Exteriores de Israel). O encontro em Baku visava avançar na construção de gasodutos via Turquia e em projetos de GNL, além de parcerias em cibersegurança.
Reações em Baku e expectativas
O Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão declarou compreender as motivações de segurança de Israel e manifestou disposição para reagendar o encontro. Analistas avaliam que a confiança mútua permanece intacta, mas cobram urgência na definição de nova data.
Próximos passos
- Permanência de Netanyahu em Jerusalém para supervisionar crises em Gaza e Síria.
- Remarcação de reuniões diplomáticas com aliados ocidentais.
- Videoconferências técnicas para não atrasar projetos de energia.
- Anúncio de nova data até o final de maio, conforme evolução dos conflitos.
Conclusão
O adiamento da visita evidencia como as tensões no Oriente Médio moldam a agenda diplomática de Israel. Apesar do recuo temporário, a aliança estratégica com o Azerbaijão — em defesa e energia — segue sólida. A expectativa é que, com maior estabilidade regional, o encontro seja rapidamente reagendado.
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