
Em 13 de junho de 2025, Israel deflagrou uma operação combinada de espionagem e ação militar contra alvos nucleares e militares no Irã. O chefe do Mossad, David Barnea, enalteceu seus agentes pela eficácia da missão, agradeceu o apoio da CIA e garantiu vigilância constante sobre todas as atividades iranianas de maior risco. O conflito aéreo durou 12 dias, terminando em 24 de junho com um acordo de cessar-fogo intermediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Contexto e Planejamento
- Tensões prévias: Desde 2023, falhas nas negociações nucleares e crescentes indícios de avanço iraniano em mísseis balísticos e enriquecimento de urânio a 60% elevaram o alerta de Tel Aviv e Washington.
- Coleta de inteligência: Segundo fontes israelenses, o Mossad e as Forças de Defesa de Israel (IDF) passaram anos reunindo dados sobre instalações de mísseis SSM (Surface-to-Surface Missiles) e usinas de enriquecimento subterrâneas em Natanz e Fordow.
- Parceria com a CIA: Barnea afirmou que a agência americana foi “parceira principal”, fornecendo recursos de interceptação e análise de imagens que tornaram a operação possível.
Fase de Sabotagem (Operação Rising Lion)
- Emprego de micro-UAVs: Na véspera dos ataques aéreos, centenas de quadricópteros carregados com explosivos destruíram sistemas de defesa antiaérea e lançadores móveis de mísseis em Teerã, Kermanshah e Isfahan, reduzindo o número de mísseis disponíveis de cerca de 1.000 para 200.
- Estabelecimento de base clandestina: Agentes do Mossad montaram, no final de 2024, um ponto de apoio secreto em território iraniano para montagem de drones explosivos. Partes e munições foram introduzidas em contêineres e containers diplomáticos.
Ataques Aéreos da Força Aérea Israelense (13–24 de junho)
- Resultados humanos e materiais: Estimativas indicam 610 mortes no Irã e 28 em Israel. Infraestruturas críticas tiveram danos graves, embora análises preliminares mostrem que componentes centrais — como centrifugas e estoques de urânio enriquecido — sobreviveram, atrasando o programa apenas em 1–2 meses.
- Dimensão da operação: Em cinco ondas de ataque, mais de 200 aeronaves (incluindo F-35I Adir) lançaram 330 munições contra cerca de 100 alvos – plantas de enriquecimento, depósitos de mísseis Shahab, Dezful e Sejjil, e quartéis-generais do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica).
- Operação Midnight Hammer: No dia 22 de junho, a USAF e a Marinha dos EUA lançaram 14 bombas GBU-57A/B MOP de 13,6 toneladas (“bunker busters”) sobre Natanz, Fordow e Isfahan, marcando a primeira ação direta dos EUA na guerra.
Reconhecimento e Papel da CIA
- Vigilância contínua: Barnea prometeu manter “olhos abertos” sobre todos os projetos iranianos, utilizando tanto fontes humanas quanto satélites e recursos cibernéticos.
- Declarações de David Barnea: “Quero expressar apreço e reconhecimento ao nosso parceiro principal – a CIA – pelas atividades conjuntas. Eles nos apoiaram e tornaram este esforço possível.”
- Cooperação técnica: Agentes da CIA ajudaram na interceptação de comunicações e no mapeamento de túneis subterrâneos iranianos, acelerando a fase de planejamento e reduzindo margens de erro.
Impacto no Programa Nuclear e Reação Internacional
- Avaliação da inteligência dos EUA: Relatório da Defense Intelligence Agency (DIA) indica que, apesar do impacto simbólico e operacional, a lacuna criada no programa de Teerã equivale a um atraso de apenas 1–2 meses.
- Posição da AIEA: O diretor-geral Rafael Grossi declarou em 25 de junho que é imperativo retomar inspeções completas em Natanz e Fordow para avaliar estoques de urânio e condição das centrifugas.
- Medidas do parlamento iraniano: Em resposta aos ataques, o parlamento aprovou em 23 de junho suspensão temporária da cooperação com a AIEA, aumentando o risco de novas sanções.
- Cessação das hostilidades: O cessar-fogo brokered por Trump permitiu a reabertura de corredores aéreos e queda nos preços do petróleo, mas não eliminou a possibilidade de novas escaladas via proxies ou ciberataques.
Panorama Geopolítico e Conclusão
A operação de junho de 2025 — combinando espionagem profunda, sabotagem por drones e força aérea convencional — materializa um novo modelo de “guerra híbrida”. A colaboração Mossad-CIA, reconhecida por Barnea, reforça a integração estratégica entre Israel e EUA. Contudo, os danos reais ao programa nuclear iraniano parecem temporários, exigindo empenho diplomático renovado e supervisão rigorosa da AIEA. A promessa de vigilância contínua do Mossad, aliada à recente suspensão de inspeções pelo Irã, sugere que a região permanecerá em alerta máximo, com a sombra de novos confrontos se estendendo por 2025 e além.
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