
No sábado, 13 de setembro de 2025, Londres foi palco de uma das maiores manifestações de direita dos tempos modernos no Reino Unido. Organizado pelo ativista de extrema-direita Tommy Robinson, o protesto “Unite the Kingdom” reuniu mais de 110 mil pessoas, conforme estimativas da polícia. Este evento destacou a crescente polarização política, evidenciando questões profundas relacionadas à imigração, identidade nacional e liberdade de expressão.
Contexto Histórico das Manifestações de Direita no Reino Unido
As manifestações de direita no Reino Unido têm raízes históricas, remontando à formação do British Fascisti em 1923, considerado um dos primeiros grupos fascistas do país. Ao longo das décadas, movimentos como o National Front (NF) e o British National Party (BNP) ganharam destaque, mobilizando-se frequentemente contra a imigração não branca e promovendo uma agenda nacionalista. Nos últimos anos, figuras como Tommy Robinson, líder do English Defence League (EDL), têm revitalizado essas ideias, organizando protestos que muitas vezes resultam em confrontos com a polícia e movimentos antirracistas.
Organização e Participação
O protesto teve início próximo à Ponte de Waterloo e seguiu em direção a Whitehall, passando por locais emblemáticos como o Big Ben e o Parlamento Britânico. A marcha contou com bandeiras britânicas, cruzes de São Jorge, bandeiras dos EUA e de Israel, além de chapéus “MAGA” (Make America Great Again). Participantes entoaram slogans como “Send them home” e exibiram cartazes pedindo a renúncia do primeiro-ministro Keir Starmer.
Confrontos e Reações
Embora a maioria dos manifestantes tenha se mantido pacífica, ocorreram confrontos com a polícia, resultando em pelo menos nove detenções por agressões a policiais e lançamento de objetos como garrafas e fogos de artifício.
Contraprotesto e Mobilização Antirracista
Simultaneamente, houve um contraprotesto organizado pelo movimento “Stand Up to Racism”, reunindo cerca de 5.000 pessoas em defesa dos direitos dos imigrantes e contra a retórica de ódio. A polícia de Londres mobilizou mais de 1.600 agentes para garantir a segurança e separar os manifestantes de ambos os lados.
Implicações e Desdobramentos
O protesto evidencia tensões sociais persistentes no Reino Unido, especialmente em relação à imigração, identidade nacional e liberdade de expressão. A apropriação de símbolos nacionais por grupos de extrema-direita levanta preocupações sobre a promoção de hostilidade em relação a imigrantes e minorias.
Conclusão
O protesto “Unite the Kingdom” em Londres refletiu divisões políticas e sociais profundas. Em um cenário global cada vez mais polarizado, eventos como este destacam a necessidade de diálogo construtivo e respeito às normas democráticas para lidar com os complexos desafios contemporâneos.
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