![AP25024597604450-1737790665 Cerca de 60.000 manifestantes se reuniram em Bratislava para protestar contra a mudança de direção do primeiro-ministro Robert Fico, que se afasta da União Europeia em favor da Rússia, em 24 de janeiro de 2025 [Denes Erdos/AP Photo].](https://ejbbd5or267.exactdn.com/wp-content/uploads/2025/01/AP25024597604450-1737790665.webp?strip=all&lossy=1&resize=678%2C381&ssl=1)
Imensa participação nas manifestações em todo o país, enquanto Robert Fico apresenta relatório de inteligência acusando um ‘golpe de estado’ em colaboração com estrangeiros.
Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram em toda a Eslováquia devido ao crescente descontentamento com a aparente tentativa do Primeiro-Ministro Robert Fico de aproximar o país da Rússia.
Os protestos de sexta-feira, com até 60.000 participantes em Bratislava, foram a mais recente expressão de indignação pública contra Fico, cuja visita a Moscovo para se reunir com o presidente Vladimir Putin no mês anterior desencadeou uma série de protestos.
O grupo cívico Mier Ukrajine – “Paz para a Ucrânia” – afirmou que os protestos foram convocados para defender a “democracia”, após as declarações do primeiro-ministro sobre mudar a política externa da Eslováquia e deixar a União Europeia e a OTAN.
“Não queremos estar com a Rússia… Queremos estar na União Europeia, queremos fazer parte da OTAN e queremos manter isso”, declarou o manifestante Frantisek Valach, em Bratislava.
Na sexta-feira, as tensões aumentaram quando o governo nacionalista de esquerda de Fico acusou organizadores e opositores políticos de tentarem um “golpe de estado” com a ajuda de um grupo não identificado de estrangeiros.
Fico, que foi ferido em um ataque de um atirador no ano passado, alegou que um grupo de especialistas não identificados na Eslováquia havia apoiado os protestos na Ucrânia em 2014 e na Geórgia no ano passado, associando suas alegações a um relatório confidencial dos serviços de inteligência do país, conhecidos como SIS.
Ele não apresentou provas concretas, mas afirmou publicamente que a oposição estava planejando ocupar prédios governamentais, bloquear estradas, organizar uma greve nacional e provocar confrontos com a polícia como parte de um plano para depor seu governo.
Os partidos de oposição solicitaram uma votação de desconfiança contra o governo de Fico, mas até o momento ele parece estar em uma posição favorável para sobreviver à votação, mantendo uma maioria estreita.
Os protestos de sexta-feira se aproximaram dos níveis registrados em 2018, quando o assassinato de Jan Kuciak, um jornalista investigando corrupção de alto nível, levou à renúncia de Fico.
A visita privada de Fico a Moscou em dezembro resultou em uma reunião com Putin, um encontro raro para um líder da UE desde a invasão russa da Ucrânia em 2022.
Ele tem mantido um confronto aberto com a Ucrânia após Kiev suspender o trânsito de gás russo para a Eslováquia em 1º de janeiro, e ameaçou interromper a ajuda humanitária como retaliação.
“O Sr. Fico é muito agressivo e isso me incomoda. Ele perdeu completamente a razão e deveria se afastar da vida pública”, afirmou Jozef Betak, um especialista em telecomunicações de 49 anos, no protesto. “Não podemos ficar em silêncio, senão nada mudará.”
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