![AFP__20250225__36YL6WF__v1__HighRes__BritainPoliticsDefence-1740493382 Nesta captura de vídeo retirada de imagens transmitidas pela Unidade de Gravação Parlamentar do Reino Unido (PRU) por meio do site do Parlamento TV, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer discursa antes de fazer um pronunciamento sobre defesa e segurança. [PRU/via AFP] Fonte: Al Jazeera](https://ejbbd5or267.exactdn.com/wp-content/uploads/2025/02/AFP__20250225__36YL6WF__v1__HighRes__BritainPoliticsDefence-1740493382-678x381.webp?strip=all&lossy=1&ssl=1)
O Reino Unido anunciou uma mudança significativa em sua política de defesa e assistência internacional, em um movimento que visa fortalecer a segurança europeia num cenário de incertezas geopolíticas. Em declaração feita pouco antes de sua viagem aos Estados Unidos para se reunir com o presidente Donald Trump, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, revelou planos para elevar os gastos com defesa para 2,5% do PIB até 2027, simultaneamente realizando um corte de 40% no orçamento de ajuda internacional.
Impulsionando a Segurança Europeia
De acordo com Starmer, o aumento dos investimentos na defesa, que deverá implicar um acréscimo anual de 13,4 bilhões de libras a partir de 2027, é uma resposta direta à necessidade de reforçar a capacidade de defesa dos aliados europeus. O anúncio é visto como um sinal de que o Reino Unido pretende assumir um papel de liderança dentro do pacto de segurança transatlântico, especialmente enquanto os Estados Unidos conduzem negociações com a Rússia sobre o conflito na Ucrânia.
O ministro destacou em seu pronunciamento à Câmara dos Comuns que “todos os aliados europeus devem intensificar seus esforços em defesa”, enfatizando a urgência de uma resposta coletiva à crescente instabilidade na região.
Cortes no Orçamento de Ajuda Internacional
Para viabilizar esse expressivo incremento nos gastos militares, o governo britânico anunciou a redução do orçamento destinado à ajuda internacional, que passará de 0,5% para 0,3% do PIB em 2027. Starmer reconheceu que a decisão de cortar recursos destinados à assistência global não é fácil, mas afirmou que tal medida é necessária para garantir maior segurança a Europa e oferecer o apoio exigido a Kiev no contexto do conflito com a Rússia.
Essa decisão remete à última reestruturação do orçamento de ajuda, ocorrida em novembro de 2020, quando os valores foram ajustados em meio à crise econômica provocada pela pandemia de COVID-19.
Repercussões no Cenário Internacional
O anúncio britânico ocorre em meio a um clima de debates intensos sobre a distribuição de responsabilidades dentro da aliança atlântica. Enquanto o presidente Trump tem reiterado a necessidade de que os países membros da OTAN elevem seus gastos para cerca de 5% do PIB, a iniciativa de Starmer sinaliza uma disposição europeia em assumir uma fatia maior do ônus financeiro e estratégico.
Além disso, a medida busca tranquilizar os parceiros internacionais sobre o comprometimento europeu com a segurança coletiva. A estratégia também foi ecoada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que recentemente se encontrou com Trump em Washington, destacando que “a Europa está disposta a ser um parceiro mais forte em defesa e segurança.”
Um Novo Paradigma para a Defesa Europeia
Ao antecipar a ampliação dos investimentos em defesa, o Reino Unido não apenas reforça sua postura militar, mas também estabelece um precedente para que outros países europeus repensem seus orçamentos e assumam uma participação mais ativa na segurança regional. Essa mudança de paradigma poderá levar a uma reconfiguração dos compromissos financeiros dentro da OTAN, incentivando uma maior colaboração entre os aliados em prol de uma resposta mais eficaz às ameaças globais.
Em síntese, a estratégia britânica de aumentar os gastos com defesa, custeada pela redução do orçamento de ajuda internacional, reflete um ajuste na priorização dos interesses nacionais e da segurança coletiva, num momento em que o equilíbrio geopolítico é cada vez mais desafiado por conflitos e tensões internacionais.
Faça um comentário