Relatório de bombardeio em Moscou mata separatista ucraniano pró-russo

Oficiais da lei russos se dirigem ao pátio de um edifício residencial atingido por uma explosão em Moscou, em 3 de fevereiro [Tatyana Makeyeva/AFP].
Oficiais de segurança russos no pátio de um edifício residencial atingido por uma explosão em Moscou, 3 de fevereiro de 2025.

Líder paramilitar pró-russo Armen Sarkisyan é morto, enquanto Ucrânia observa ataques a centros de recrutamento.

Uma explosão em um bloco de apartamentos em Moscou matou o líder de uma facção militar pró-russa baseada no leste da Ucrânia, de acordo com a mídia estatal russa.

A explosão foi causada por uma bomba plantada no complexo residencial Alye Parusa, a cerca de 12 km do Kremlin, na manhã de segunda-feira, informou a agência de notícias russa Tass. O ataque é o mais recente em uma série de ações contra figuras russas ou pró-russas durante a invasão de Moscou.

Citando os serviços de segurança, a Tass classificou a explosão como uma “tentativa de assassinato” e informou que Armen Sarkisyan morreu após ser hospitalizado em estado crítico. Kyiv acusa o ex-boxeador de ajudar no esforço de guerra da Rússia na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.

“A tentativa de assassinato contra Sarkisyan foi cuidadosamente planejada e foi ordenada. Os investigadores estão atualmente identificando aqueles que ordenaram o crime”, disse um oficial de segurança à Tass.

Um dos seguranças de Sarkisyan também foi morto.

“Chefe do crime”

Em dezembro, o serviço de segurança SBU da Ucrânia descreveu Sarkisyan como um “chefe do crime” na região de Donetsk, grande parte da qual tem sido controlada por Moscou desde 2014.

Ele foi oficialmente suspeito de participar e auxiliar “grupos armados ilegais”. O SBU afirmou que ele havia fundado uma formação militar pró-Russa, composta por prisioneiros locais, e organizado compras de suprimentos para unidades na linha de frente.

O serviço de segurança observou que Sarkisyan era “próximo” ao ex-presidente ucraniano deposto Viktor Yanukovych e estava na lista de procurados desde 2014, acusado de “organizar assassinatos” durante a revolução do “Maidan”, que o depôs.

Ataques vergonhosos

A Ucrânia, que em dezembro assumiu a responsabilidade por uma explosão semelhante perto de um apartamento em Moscovo que matou um general russo, não fez comentários imediatos sobre a explosão.

No entanto, a Ucrânia iniciou uma investigação sobre ataques inexplicados contra suas próprias forças militares.

O comandante-chefe Oleksandr Syrsky, na segunda-feira, pediu uma investigação sobre o que descreveu como “ataques vergonhosos” a centros de recrutamento militar e oficiais durante o fim de semana.

Um soldado foi morto a tiros na região oriental de Poltava, enquanto outros sete foram mortos ou feridos em uma explosão na cidade ocidental de Rivne.

“A violência contra militares é inaceitável. Esperamos uma investigação completa e abrangente desses crimes”, afirmou.

Lutando por soldados e recursos na linha de frente, Kyiv tem se esforçado para aumentar o recrutamento, o que gerou raiva e alguns atos de violência.

“Assaltos contínuos com drones”

O ataque em Moscou ocorreu logo após um ataque aéreo mortal em uma escola na região de Kursk, na Rússia, no sábado. Com a cidade ocupada pelas forças ucranianas, Moscou e Kyiv têm trocado acusações sobre o ataque.

Nenhuma das partes interrompeu os ataques diários com os quais se atacam mutuamente. Durante a noite de segunda-feira, ambas dispararam dezenas de drones.

O Estado-Maior da Ucrânia afirmou em um comunicado que os ataques de Kyiv atingiram uma refinaria de petróleo na região de Volgogrado e outra planta de processamento na região vizinha de Astrakhan.

Com a luta na linha de frente se mostrando difícil, a Ucrânia intensificou seus ataques aéreos nos últimos meses, visando interromper a logística militar russa ou reduzir as receitas de petróleo que Moscou usa para financiar seu esforço de guerra.

Mas isso não reverteu as crescentes perdas da Ucrânia no campo de batalha no sudeste, onde a Rússia está aumentando seu controle.

Isso é uma má notícia para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, que está sob crescente pressão para iniciar negociações com a Rússia, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, hesita quanto à ajuda militar dos EUA à Ucrânia.

Tanto Trump quanto seu homólogo russo, Vladimir Putin, disseram estar prontos para conversas sobre o fim da guerra, mas nenhum dos dois revelou quando ou como.

Putin afirmou no mês passado que estava disposto a realizar negociações com a Ucrânia, mas não com Zelenskyy, a quem chamou de “ilegítimo”.

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